janeiro 22, 2007

Abbé Pierre (Lyon, 5 de Janeiro de 1912 - Paris, 22 de Janeiro de 2007)



Faleceu esta magrugada...



O fundador da comunidade Emaús e uma das mais emblemáticas figuras mundiais da luta contra a pobreza, o abade Pierre, como era conhecido, morreu esta madrugada aos 94 anos.
As homenagens e votos de pesar sucederam-se, de imediato por toda a França após a notícia da morte de Henri Antoine Groués, o nome de nascimento de Abbé Pierre, como era conhecido, que estava internado com, uma infecção pulmonar desde o passado dia 14. Abbé Pierre acabou por falecer no hospital Val de Grâce, em Paris, onde estava internado.A notícia avançada pelo presidente da Emaús em França, Martin Hirsch, foi logo comentada pelo presidente francês Jacques Chirac, que se confessou "consternado" e que afirmou que, com esta morte, “é toda a França que é tocada no seu coração”, pelo “imenso respeito e profunda afeição” que o país tinha por esta figura.“Ele mostrou-nos a via da generosidade individual e colectiva, vai fazer falta a todos os franceses”, declarou por sua vez o primeiro-ministro Dominique de Vilepin.Revoltado com a ideia de morrerem pessoas geladas, por dormirem na rua, num país rico como a França, Abbé Pierre, que se iniciou na ordem franciscana e passou pela dos capuchos, usou em 1954, os microfones da Rádio Luxemburgo, a lançar alertas para recolher apoio para salvar os mais pobres da morte certa.Mas o seu trabalho começou mais cedo, ainda durante a II Guerra Mundial dediicando-se a salvar os perseguidos pelo nazismo. Organizou um grupo de resistência armada até ser preso, mas conseguiu fugir escondido num saco do correio, num avião para a Argélia.Depois da guerra, voltou a Paris e foi eleito deputado da Assembleia Nacional, que deixou por protesto contra uma lei eleitoral que ele julgava injusta, em 1951. A partir daí dedicou-se inteiramente ao Movimento Emaús, que está hoje presente em mais de 40 países.
in Publico, 22/01/2007

Art Buchwald (legendary humor columist RIP@81)

Cliquem aqui, e sigam a entrevista postuma...

Esta cronica no correio da manha chamou-me a atencao... Assim, partilho com voces uma parte da ultima entrevista de Art Buchwald... Nao o conheci em vida, mas sem duvida despertou o meu interesse...

"Olá, sou o Art Buchwald. Acabo de morrer.” E era. O velho cronista americano, dando a sua última entrevista, dada na condição de aparecer só depois dele morrer. O jornal ‘New York Times’ fez um vídeo com a entrevista que foi divulgada depois da morte de Buchwald, na quinta-feira passada.

Vozes vindas do túmulo são coisas a que a vida moderna nos tem habituado. Sim, sim, lembrem-se daqueles camelos com um lenço amarrado na testa e dinamite no peito e que se despedem em vídeo, antes de rebentar com um autocarro e ir ter (julgam eles, o mundo de lá é ainda mais decepcionante que o de cá) com 77 virgens. E, depois, há aqueles entretantos que a medicina moderna cada vez mais permite e levam pessoas lúcidas a viver um limbo de semanas à espera de morrer. Se forem da estirpe de um Art Buchwald ajudam a percebermos um momento que está reservado a todos.

Art Buchwald tinha 81 anos e teve uma vida feliz como se pode adivinhar no título do seu último livro: ‘Demasiado Cedo para Dizer Adeus’, publicado em Novembro passado. Foi talvez o mais conhecido cronista americano, no pico da carreira a sua assinatura aparecia em mais de 500 jornais dos Estados Unidos e era traduzido em 100 países. Em Portugal, julgo tê-lo lido no ‘Diário Popular’ e na ‘Vida Mundial’. Regularmente as suas crónicas eram juntas em livro (publicou 33). Especialista em coisa nenhuma, limitava-se a contar bem e a forma que escolheu para isso foi o humor.

Depois da II Guerra Mundial, que cumpriu nos ‘marines’, decidiu ir viver para Paris. A definição que tinha de felicidade era empanturrar-se com ‘baguettes’ e encontrar uma parisiense chamada Mimi que o achasse outro Hemingway. A edição do ‘Herald Tribune’ publicada em Paris aceitou-lhe uma crónica e ele foi por aí fora. Os jornais americanos chamaram um figo a Buchwald que escrevia de tudo e de coisa nenhuma, com graça e, sobretudo, sem se levar a sério.

Quando a actriz Grace Kelly se casou com o príncipe Rainier do Mónaco, ele explicou que não foi ao casamento por uma questão de família, “os Buchwalds e os Grimaldi não se falam desde 9 de Janeiro de 1297”. De outra vez, andou por vários países da Cortina de Ferro, fazendo-se conduzir, numa limusina, por um motorista impecavelmente fardado. Já que o olhar dele era de um porco capitalista pago pelos jornais do imperialismo, ao menos que o contacto entre os dois Mundos fosse feito de forma clara, sem mentiras.

Lembro-me de uma crónica dele no Jardim do Luxemburgo, em Paris, jovem pai, babado com o filho que atirava areia, com graça e encanto, para os olhos das outras crianças, e da sua irritação quando os outros respondiam, de forma grosseira, atirando areia ao seu menino. Daí a concluir, muitas crónicas e anos depois, que o Partido Comunista dos Estados Unidos acabaria por ser grande, com tantos informadores do FBI que entravam, era só o prolongamento da forma de Art Buchwald ver. De viés, mas provavelmente a mais certa.

No ano passado, os médicos deram-lhe semanas de vida. Desatou a escrever mais e a dar entrevistas, tornou-se o moribundo mais célebre da América. Os rins, por milagre, voltaram a funcionar. Mas lá morreu, esta semana. Com um lamento: “Tenho pena de perder o aquecimento global. A sorte das pessoas que o vão ter!”
Ferreira Fernandes, Jornalista "

janeiro 15, 2007

Turismo

Olhem so para esta noticia que acabei de ler no jornal electronico Diario Digital!

Alguem me diz qual e a novidade das descobertas aqui descritas?...

De qualquer forma, fica a sugestao!

Va para fora... Ca dentro!

Sem mais demoras...

Fragas Nordeste Transmontano são rochas mais antigas do País


As rochas que moldam a paisagem do Nordeste Transmontano, e que constituem uma das atracções turísticas locais, são as mais antigas de Portugal e um testemunho das transformações geológicas do planeta Terra, refere um estudo divulgado esta quinta-feira, em Bragança.

Onze investigadores do Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação (INETI) e da Universidade do Minho (UM) estudaram, entre 2001 e 2005, a geologia no património natural das áreas protegidas do Douro Internacional e de Montesinho, no âmbito de um projecto, cujos resultados foram hoje apresentados publicamente.

Afinal a figura do «mar de pedra», utilizada pelo poeta transmontano Miguel Torga para descrever a imensidão de fragas que polvilha a região, guarda milhões de anos da história geológica do planeta Terra.

Segundo um dos autores do projecto, Carlos Meireles do INETI, existem rochas no parque Natural de Montesinho, perto da cidade de Bragança, que reflectem a antiguidade do planeta, «com idades de mil milhões de anos e que são as rochas mais antigas do país».

Testemunhos da evolução da Terra e do movimento tectónico são os assombrosos «muros» naturais que encaixam o rio Douro Internacional ou o chamado «Muro da Abalona», um maciço rochoso que sai das entranhas da terra, com quase 30 metros de altura e cinco de largura, em Freixo de Espada à Cinta.

Entre as curiosidades naturais encontram-se também os penedos que salpicam a paisagem em Carrazeda de Ansiães e que parecem desafiar a própria gravidade pela forma como se equilibram aparentemente sem sustentação proporcional ao tamanho e peso.

Estes são alguns dos locais documentados e apresentados numa exposição que abriu hoje ao público, no Centro Cultural de Bragança, e que serão integrados em publicações a divulgar junto da população e em particular da comunidade académica, sobretudo estudantes.

De acordo com Carlos Meireles, um dos fenómenos mais importantes da história da Terra, que esta região testemunha, é o choque tectónico que terá acontecido há 300 ou 350 milhões de anos e que transportou para aquele que é agora o Nordeste Transmontano material de outro continente.

Segundo explicou, o fenómeno ocorreu numa altura em que a Terra era muito diferente daquela que hoje conhecemos e em que ainda não tinha ocorrido sequer a abertura do Oceano Atlântico.

Montesinho é, segundo aquele investigador, «reflexo desta evolução histórica, assumindo-se como uma das zonas geologicamente mais complexas do país, pela sua diversidade, integrada numa área mais vasta que se estende até à Galiza», em Espanha.

Referiu ainda que estas características geológicas condicionam o próprio ecossistema e o ordenamento do território, nomeadamente ao nível da construção.

Segundo Graciete Dias, da Universidade do Minho, o propósito deste projecto «é divulgar estes valores naturais e ajudar a interpretar os fenómenos geológicos que proporcionam as paisagens tão apreciadas no Nordeste Transmontano, mas cuja origem é muitas vezes desconhecida».

O projecto serviu para documentar a evolução histórica, elaborar cartografia geológica e a inventariação dos recursos existentes, que já fizeram desta uma importante região mineira e que estão presentes no quotidiano da população, nomeadamente ao nível da habitação, já que muitas das casas rústicas são construídas com a pedra que a natureza oferece, como o granito ou o xisto.

A divulgação dos resultados deste projecto, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e pelo Instituto de Conservação da Natureza (ICN) será feita também pelos parques naturais da região.


in
Diário Digital / Lusa

11-01-2007 18:47:00