fevereiro 22, 2007

DGV --- Ou, como um serviço do estado consegue estragar o dia ao cidadão...

Hoje, acordei bem disposto!

Não que o dia esteja particularmente solarengo ou quente, talvez tenha sido agraciado com sonhos bons, não sei, pois já não me lembro...

Derivado da questão do meu humor nesta manhã, decidi aceder ao site da Direcção Geral de Viação, para mudar a minha morada constante na carta de condução, que está incorrecta desde o momento em que a tirei.

Fui logo presenteado com uma taxa de 24€ para uma operação tão simples, o que me parece um roubo apenas comparável ao da multa a pagar se algum PSP ou GNR decidir implicar comigo à conta de pormenor tão miserável... Mais ainda, ainda é necessário mais uma fotocópia do BI e da carta de condução, duas fotos a cores, e, claro dois formulários, dos quais apenas um está disponível na internet. O segundo, deve ser de ouro e estar fechado a sete chaves no cofre, para justificar semelhante preço...

Lá preenchi o que pude, e tive coragem de continuar pelo site, por curiosidade... E foi então que vi, bem na página de entrada, escarrapachado com todas as letras que sem mais demora reproduzo:

«Telemóveis dotados de dois auriculares

Nos termos do art. 84º – Proibição de utilização de certos aparelhos – do
Código da Estrada, é proibida a utilização de auscultadores sonoros e aparelhos
radiotelefónicos, salvo se forem dotados de um auricular ou de microfone com
sistema de alta voz, cuja utilização não implique manuseamento continuado.

Deste modo, a utilização de telemóveis dotados de dois auriculares é
proibida, mesmo no caso de o condutor utilizar apenas um

Ora bem que me pergunto o qual poderá ser a diferença do uso de um auricular de um auscultador, e o de usar um auscultador de um auricular de dois...

Será que o perverso condutor, pelo facto de ter um auscultador pendurado, se torna um perigo (extra) para a segurança rodoviária? Será que, além de favorecer a indústria dos auriculares Bluetooth e dos auriculares mono-auscultadores (que são foleiros, e não permitem ouvir mp3 em stereo mesmo que não estejamos a conduzir), existem razões para semelhante discriminação?

Este cidadão que (ainda) não critica, apenas pergunta: alguém me explica isto???

fevereiro 04, 2007

Aborto

Em noticia no PortugalDiario, pode ler-se (sob o titulo "Aborto legal «estável» no Reino Unido e na Suécia"):

"No Reino Unido e na Suécia, onde o aborto a pedido da mulher é legal há mais de vinte anos, o número de casos tem-se mantido estável, relataram clínicos destes países num encontro promovido pela Ordem dos Médicos, escreve a Lusa.

Os dois médicos, que procuraram não tomar uma posição em relação ao referendo sobre a despenalização do aborto em Portugal, acabaram por ser sucessivamente solicitados a isso pelas intervenções da plateia, tendo por fim frisado ser preferível o aborto legal ao ilegal, por razões de protecção da saúde da mulher.

Eva Nilsson Bõgenholn, presidente da associação médica sueca e presidente do comité de ética da Associação Médica Mundial, relatou que a taxa de abortos feitos na Suécia desde 1974 é de 20 em cada 1.000 casos de gravidez, sendo esta intervenção legal, a pedido da mulher, até às 18 semanas.

Um valor que lamentou que se mantenha, pois indica que não estão a resultar como deviam as intervenções em matéria de educação sexual e de planeamento da gravidez.

Uma opinião partilhada por Michael Wilks, presidente do comité de ética da associação médica britânica, que indicou que no Reino Unido a taxa de aborto legal é de 17 casos em 1.000 de gravidez, até às 24 semanas.

Entre os dois países, uma das principais diferenças, de acordo com declarações de ambos os médicos aos jornalistas, reside no local onde a interrupção da gravidez é realizada.

Enquanto na Suécia está totalmente a cargo dos serviços públicos de saúde, no Reino Unido Michael Wilks adiantou que «um número significativo» é feito em clínicas privadas, porque o Serviço Nacional de Saúde britânico não tem tido a capacidade de responder com a rapidez necessária para que a interrupção da gravidez seja feita dentro dos prazos legais.

A uma pergunta da plateia, ambos afirmaram desconhecer algum país onde o aborto ilegal tenha terminado sem necessidade de legalizar este tipo de intervenção, apenas devido a intervenções de educação sexual e planeamento familiar, e ambos se mostraram convictos de que, nos seus países, não existem abortos realizados em contextos fora da lei.

A plateia que esteve hoje no primeiro dia do encontro «Quando começa a vida humana?», promovido pela Ordem dos Médicos, em Lisboa, integrou vários clínicos que têm defendido publicamente a sua posição contra ou a favor da questão que é colocada a referendo a 11 de Fevereiro."


Ao ler esta noticia, decidi transpor os factos relatados para a nossa realidade... Segundo o Wikipedia, temos:
Taxa de Natalidade: 10.82 nascimentos/1,000 população (2005 est.)
Populacao: 10,566,212 (Julho de 2005 est.)

Ora, feitas as continhas, usando o caso apresentado mais favoravel, o do Reino Unido, e ajustando linearmente o facto de estarmos a falar de 10 semanas e nao 24, cheguei a conclusao que o numero de abortos por ano e de 807.

Nao e uma questao de numeros a questao que muito se tem debatido nos ultimos tempos na sociedade Portuguesa, mas uma questao que vai do sentir pessoal de cada um...

Nao posso, mesmo assim, deixar de constactar esta horrivel coincidencia... Lembram-se?

PS: O aviao que veem aqui devia ser o Airbus A380, o maior aviao comercial de passageiros da história.