Ha ja alguns tempos que nao aqui vinha...
De facto, os dias passam, uns atras dos outros, e quando ha mais que fazer, torna-se dificil lembrar-nos deste espaco nao visitado por ninguem...
Mas... Mais uma vez escrevo sem acentos nas palavras, consequencia de um afastamento auto-forcado (lendo-se como se fosse forssado, mas tambem, e porque nao, forcado mesmo), que me leva periodicamente a uma travessia no deserto de tudo o que mais amo no mundo, e a vontade de aqui escrever voltou, para quem sabe um dia, uns olhos passem por este recondito canto cibernetico com teias de aranha virtuais...
Ja vou no segundo embarque, por esta altura nas arabias, e num navio diferente do primeiro, com menos espaco, mais velho... A agua por vezes sai acastanhada das torneiras, fruto de uma canalizacao que ja apresenta o desgaste proprio da epoca, e obriga a um pequeno salto de fe na altura de pegar na escova de dentes...
Mais uma vez, calhou-me a noite no horario de trabalho, o que no inicio me irritou um pouco, mas agora ja estou habituado... As noites tem uma vantagem, que e a de se poder estar uns minutos a apreciar a brisa silenciosa do mar a deslizar sobre as aguas... A noite, o horizonte ilumina-se com dezenas de luzes vermelhas e amarelas, que no golfo persico nao sao sinonimo de cidades ou aldeamentos, mas sim de plataformas petroliferas...
Tal visao, ao mesmo tempo magnifica e aterradora (quando pensamos no engenho humano para construir aquelas melgas gigantescas que sugam o sangue da mae Terra), leva-me, paradoxalmente, para outras paragens...
Em Portugal de onde venho nao ha plataformas petroliferas... Nao ha (tanto quanto hoje se pode saber com certeza absoluta) petroleo tao pouco... Mas, Portugal tem, aquilo que neste deserto de bilioes e novos ricos sera mais dificil de encontrar... A minha familia, os meus amigos...
Onde quer que esteja, e mesmo sem acentos nas palavras, a minha alma e Portuguesa... E nesse ser, que e o ser Portugues, as saudades apertam-me...
Um bem hajam a todos!
1 comentário:
Meu anjo... Já o poeta dizia... "Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal"... Almejo profundamente que nenhuma lágrima tua preencha esse mar imenso... Eu, por cá, estou de braços abertos à tua espera haja o que houver... E, acredito, que os teus verdadeiros amigos também cá estarão para te receber... Saudades?... Essas todos nós temos... Faz parte... Isso é o fado de ser português... Coragem!...
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