outubro 14, 2009

O Quarto Poder

Spot promocional da SIC notícia, aparentemente já de 2008, mas que desconhecia.

Muito interessante o texto, embora um pouco lírico. Para um spot de promoção à actividade jornalística, tenho algumas dúvidas que consiga o objectivo de enaltecer a mesma.

Ainda esta segunda feira, vi debatido o quarto poder no seu expoente máximo no programa da RTP1 "Prós e Contras", nomeadamente no caso das (alegadas) escutas ao Presidente da República.

Aparentemente, a história das escutas foi apresentado por um acessor do Presidente, num cafezinho discreto e obscuro de Lisboa, com o objectivo de "fabricar" uma notícia. Um caso clássico de promíscuidade entre poderes.

17 meses depois, o Público publica a história. O timing provavelmente não seria o desejado, mas aparentemente haveria matéria de facto suficiente para justificar a publicação da história. Perante o silêncio da Presidência , o PM classifica o caso um "disparate de verão", e a história morre.

Poucos dias antes das eleições legislativas, o DN recupera a história, para revelar as fontes dos colegas do Público. Um caso típico de falta de ética e deontologia - e, eventualmente, um crime.

A divulgação do famoso email alterou definitivamente o curso das eleições - o PSD, que vinha a recuperar nas sondagens paulatinamente, viu-se irremediavelmente envolvido na história, caiu a pique nas intenções de voto e foi incapaz de recuperar a tempo. Um exemplo poder do "quarto poder" no mundo actual.

Devíamos todos reflectir sobre as consequências deste caso, e agir de forma a que o "quarto poder" seja de facto dignificado.

Se a conclusão é a de que o poder da imprensa é grande, como o é dos políticos, dos tribunais, etc, então devíamos exigir regulação sobre esse poder da mesma forma, e regras deontológicas compulsórias, não é?

Deixo a reflexão...