Birds flying high
You know how I feel
Sun in the sky
You know how I feel
Breeze driftin' on by
You know how I feel
It's a new dawn
It's a new day
It's a new life
For me..
And I'm feeling good
Fish in the sea
You know how I feel
River running free
You know how I feel
Blossom in the trees
You know how I feel
It's a new dawn
It's a new day
It's a new life
For me...
And I'm feeling good
Dragonfly out in the sun
You know what I mean, don't you know
Butterflies all out having fun
You know what I mean
Sleep in peace
When, the this day is done
And this old world
Is a new world
And a bold world
For me...
Stars when you shine
You know how I feel
Scent of the pine
You know how I feel
yeah, freedom is my lie
When you know how I feel
It's a new dawn
It's a new day
It's a new life
For me...
yeah, ooh
Oh, ooh...
Oooh, ooh..free, free loving you...
Oooh, oooh
Feeling good
outubro 27, 2009
Muse - Feeling Good :-)
outubro 14, 2009
O Quarto Poder
Spot promocional da SIC notícia, aparentemente já de 2008, mas que desconhecia.
Muito interessante o texto, embora um pouco lírico. Para um spot de promoção à actividade jornalística, tenho algumas dúvidas que consiga o objectivo de enaltecer a mesma.
Ainda esta segunda feira, vi debatido o quarto poder no seu expoente máximo no programa da RTP1 "Prós e Contras", nomeadamente no caso das (alegadas) escutas ao Presidente da República.
Aparentemente, a história das escutas foi apresentado por um acessor do Presidente, num cafezinho discreto e obscuro de Lisboa, com o objectivo de "fabricar" uma notícia. Um caso clássico de promíscuidade entre poderes.
17 meses depois, o Público publica a história. O timing provavelmente não seria o desejado, mas aparentemente haveria matéria de facto suficiente para justificar a publicação da história. Perante o silêncio da Presidência , o PM classifica o caso um "disparate de verão", e a história morre.
Poucos dias antes das eleições legislativas, o DN recupera a história, para revelar as fontes dos colegas do Público. Um caso típico de falta de ética e deontologia - e, eventualmente, um crime.
A divulgação do famoso email alterou definitivamente o curso das eleições - o PSD, que vinha a recuperar nas sondagens paulatinamente, viu-se irremediavelmente envolvido na história, caiu a pique nas intenções de voto e foi incapaz de recuperar a tempo. Um exemplo poder do "quarto poder" no mundo actual.
Devíamos todos reflectir sobre as consequências deste caso, e agir de forma a que o "quarto poder" seja de facto dignificado.
Se a conclusão é a de que o poder da imprensa é grande, como o é dos políticos, dos tribunais, etc, então devíamos exigir regulação sobre esse poder da mesma forma, e regras deontológicas compulsórias, não é?
Deixo a reflexão...
setembro 07, 2009
setembro 04, 2009
Cancelamento do Jornal de 6a da TVI
Vou tentar responder à questão que nos põe, tão objectivamente quanto tenta ser no seu artigo.
Parece-me evidente que um gestor que chega a uma empresa deve escolher a sua equipa. Mas, escolhe a sua equipa no momento em que entra em gestão, aceitando as consequências das suas decisões. Não ignoro a tempestade que a saída de Manuela Moura Guedes ao mesmo tempo de José Eduardo Moniz iria provocar, mas seria a única forma de a administração lidar com a situação de forma mais ou menos "limpa".
Quem tomou a decisão de cancelar o jornal de 6a (não é ainda claro, para mim, de onde é que partiu a decisão) nesta altura, não pode ignorar a suspeição que a decisão iria gerar, por muito legítima que ela possa ser (e não me parece que seja). Afinal, quer estejamos a falar de alguém do meio político ou empresarial, Português ou Espanhol, estaremos sempre a falar de gente de topo, inteligente, batida...
MMG não se casou com JEM a semana passada. Portanto, o que é que se alterou desde o momento em que o último saiu da TVI e ontem? O regresso do Jornal e uma peça do Freeport, eventualmente com dados novos, que de estar pronta ainda estamos para perceber se será exibida, ou não...
Olhando por outro prisma, se os motivos para o cancelamento do jornal são económicos, como a empresa tenta passar, onde é que está a gestão de ter uma equipa de pessoal a preparar um Jornal, com spots publicitários e tudo, para o cancelar de véspera? Não sou jornalista e da matéria conheço muito pouco, mas não posso acreditar que a estrutura de um Jornal seja barata de montar, para se poder abandonar o investimento com esta leveza... Para além do que se perde em valor, pois - goste-se ou não - o Jornal da 6a era dos maiores activos da estação de Queluz em termos de audiências!
Assim, face ao exposto, a decisão não pode ser considerada um inocente caso de gestão. Algo de muito errado se passou...
A verdade deste caso, infelizmente, talvez nunca venhamos a conhecê-la, ou, se eventualmente ela vier ao de cima, será já demasiado tarde para evitar as suas consequências...
Discorda do que acabei de expor?
setembro 01, 2009
Elastica - 2:1
Keeping a brave face
In circumstances is impossible
Cannot describe
So many decisions
It's impossible
To know which is
The proper order
The best position to be in
take advantage
or so it seems
the way it goes
Sandman comes (it's tragic)
Two to one (laid down on your side)
In the dark (Too easy)
Dark reflections (you know that you know)
In my head (You're soaking wet)
In my bed (You talk too much)
Again (It's not necessary)
Sandman goes (Before the ice melts)
Two in tow (I just want to say)
Wet and dumb (this packet's yours)
Three's the number (Don't ask for more)
Coming down (Cos somewhere along the line)
Coming round again (I've forgotten already
agosto 30, 2009
Programas Eleitorais
Ou, terá mesmo?
Apesar de todas as polémicas geradas pelos resultados das eleições europeias, talvez não fosse desprovido de algum interesse a realização de uma sondagem, para saber qual é afinal a percentagem da população que se digna ler os textos que são tão laboriosamente preparados pelos nossos partidos políticos.
Mas, na ausência de estudos científicos que demonstrem, com graus de certeza mais ou menos infalíveis, qual o impacto destes documentos para a decisão dos destinos do nosso país, vou ter que me contentar com a minha experiência pessoal.
Não sendo propriamente um ancião da sociedade, levo no entanto já algumas eleições no currículo. Como bom cidadão que sou (ou, tento na medida da minha consciência ser), participei em todos os plebiscitos a que fui convocado - com a excepção do segundo referendo para o Aborto e das ultimas Europeias, visto que em ambas as ocasiões impedido de comparecer por motivos profissionais que me obrigam a ausentar periodicamente do país.
De todas as vezes que me desloquei a uma assembleia de voto, fui plenamente convicto no meu sentido de voto. Conheço a sensação de acompanhar com o meu papelinho a maioria dos papelinhos entregues, e também conheço a sensação de sentir que a maioria optou democraticamente uma escolha diferente da minha.
Sempre me senti minimamente informado quando fui votar. E, no entanto, nunca li os programas eleitorais!
Desta vez, e visto o número de intervenções que têm vindo à praça pública mencionando as falhas deste, as promessas irreais daquele, as supostas semelhanças escritas neste e naqueloutro, decidi ir conhecer os bichos e decidir por mim próprio. E eis o que encontrei:
Programa Eleitoral do PS (120 páginas)
Programa Eleitoral do PSD (40 páginas)
Programa Eleitoral do PCP (52 páginas)
Programa Eleitoral do BE (110 páginas)
Programa Eleitoral do CDS-PP (261 páginas)
Programa Eleitoral do MEP (68 páginas)
Ora bem... Isto daria 120+40+52+110+261+61= 651 páginas para ler. Bem sei que são menos, que há fotos e capas e contracapas e itálicos e bolds e fotos e as letras são grandes blá blá blá blá... Mas são 651 páginas aquelas que me esperam, cidadão consciente e literado, se quiser saber a fundo onde por a cruzinha daqui a 27 dias (mais um para reflexão). Isto, claro, se quiser apenas estar dentro dos conteúdos dos 5 partidos do costume, mais o mais votado dos partidos pequenos. Nem quero imaginar, se tiver que ler os programas eleitorais dos restantes partidos que irão concorrer às eleições...
Claro que isto dá "apenas" 24,1111111... páginas para ler por dia, algures no meio dos afazeres da família...
Mas, como sou um cidadão responsável e cioso do meu voto, não vou dispensar um período mais alargado de análise e comparação dos programas nos pontos mais sensíveis. Digamos, uma semanita só para comparações e análises do que nos prometem para os próximos 4 anos. Portanto, temos 20 dias para ler os programas, o que dá uma média de 32,5 páginas para ler por dia.
Nada mau!
Até pode ser remotamente realizável, para o comum dos mortais, o exercício de cidadania que nos é proposto, mas parece-me evidente que no fim de ler tanta coisa, o que restará será o irritante zumbido de uma valente dor de cabeça!
A este propósito, parece-me muito razoável a escolha que alguns partidos tomaram de elaborar programas curtos, notavelmente o programa do PSD, que foi tão criticado pelo seu carácter... Minimalista.
O que acaba por acontecer, é que quem lê os programas eleitorais são as estruturas e militantes dos próprios partidos, por forma a que possam afinar o discurso com os grandes chavões superiormente aprovados. No entanto, como estas pessoas (e, enfim, os simpatizantes não militantes) já votariam à partida no partido cujo programa se dignam a ler, é duvidável que algum esclarecimento público de monta venha a resultar da sua publicação.
É como perguntar aos adeptos de uma claque de futebol se acham que a sua equipe vai ganhar...
O comum do cidadão (neste caso, eu!), esse... Está irremediavelmente entregue à bicharada (leia-se, propaganda)!
Salve este País a memória, curta mas não inexistente, do que andaram a fazer aqueles senhores todos nos últimos 4 (ou 8, ou 80) anos... E cada qual decida por si!
Ps: O CDS-PP lançou um repto aos partidos para que abdicassem dos outdoors de publicidade nas campanhas eleitorais, aparentemente um dos items em que os partidos mais investem. Apoiado, por todas as razões apontadas e não só a questão do dinheiro! Para poluição, já basta (quase) tudo o resto...
Ps2: É uma verdadeira obscenidade, num país que atravessa as dificuldades que atravessa, o volume de dinheiro que se planeia investir nas campanhas eleitorais. Um recado para todos, mas principalmente à esquerda, que unanimemente planeia aumentar as verbas destinadas ao sufrágio... Ou, será uma forma de reactivar a economia?
agosto 29, 2009
Waterbaby- Sneaker Pimps
Youre heart is served cold
Youre sights are set in perfect stone,
And when you go you go alone,
And when you stand youre on your own,
I wash the streets from your skin when you come home x2
Were nothing like friends,
You have no time to lend,
And if youre guilt then Im the shame,
And if Im hurt then youre the blame
You wash my trace from your skin and you leave again x2
Random laid plans, 40 days of one night stands,
And when you go you go alone
You walk the cross you made your own
I wash the streets from your skin when you come home x2
agosto 23, 2009
A comunicação no séc. XXI
Para um jornalista, estar impedido de aceder aos últimos desenvolvimentos do mundo em tempo (quase) real, é extremamente limitativo. Assim, a história reveste-se de um dramatismo que não acredito que seja exactamente o de um cidadão comum.
Vou contar-vos a minha experiência. Também não sendo exactamente um caso típico, penso que minha experiência toca a da jornalista Isabel Coutinho nalguns pontos.
Trabalho num navio, e por motivos profissionais faço uma rotação de 5 semanas a bordo, após o qual volto a Portugal e tenho direito a 5 semanas de descanso.
A minha primeira experiência no mar, foi poucas semanas após acabar a licenciatura, em 2004. Fresquinho a sair da faculdade fui convidado por um professor a acompanhar uma campanha, algures para as bandas do Banco de Gorringe.
- A campanha, será a bordo do D. Carlos, e terá a duração de 15 dias.
- Vamos a isso!
- Será que não enjoas? Não te quero para lá a morrer todo verde, aquilo é para aproveitar!
- Hmm... Não sou muito de enjoar, nem mesmo quando fui às Berlengas...
- Ok, ficamos a contar contigo então. Aquilo vai ser com colegas franceses e italianos, portanto deve ser uma boa experiência para ti também.
- Está combinadíssimo!
E combinado ficou. A dura realidade, essa, veio pouco depois. No mar, não haveria telemóvel, nem internet, nem tão pouco telefone sequer!
Foi o pânico!
Impossível dar o dito por não dito. Lá fui.
A ausência total das comunicações foi corrigida em parte pelo voluntarismo da guarnição, que lá arranjou forma de estabelecer uma ligação de email por satélite - uma conta de correio para toda a gente, apenas texto, nunca imagens nem anexos nem nada que o pareça! Para enviar, escrever tudo e guardar a mensagem. Para receber, o remetente deveria escrever no assunto da mensagem o nome do destinatário. Duas vezes ao dia, o oficial de comunicações faria a ligação ao servidor, e enviaria e receberia as mensagens de toda a gente. Por outro lado, vim a saber que havia um número de telefone que se podia usar para contactar os navios. A chamada ia para um centro de comunicações da Marinha, e depois era transmitida via rádio para o navio - a comunicação, feita em canal aberto, estava acessível a qualquer pessoa com um rádio amador e instintos voieuristas, mas quando as saudades apertam esse é o menor dos problemas!
Claro que na esmagadora maioria do tempo havia o gigante vazio comunicacional. Nem notícias da família, nem do mundo. Como com o email, havia um resumo diário(Seria bidiário? Semanal?) das notícias mais importantes, que vinha pelo sistema de comunicações do navio, mas como tudo o que implicava contacto com o exterior, era muito curto, muito rápido, muito insipiente, muito rombo, indefinido... Nada satisfatório!
A ausência absoluta de contactos com o exterior foi extremamente penosa para todos os que, no mar e em terra, eram novatos naquelas lides. Habituado que estava ao contacto diário com família, namorada, amigos, cada segundo que passava era como uma falta de ar de saudade pura, um contar eterno de dias horas minutos segundos até ao próximo email.
Nunca hei-de esquecer o que senti quando recebi uma chamada. Já não sei que fazia, quando me vieram chamar à sala de comunicações, e me explicaram como operar o rádio: tal qual um walkie-talkie, ou os rádios da polícia e do táxi, tinha que se carregar num botão para falar. O som, ouvia-se em toda a sala. Quando estava pronto, o operador dava autorização para se estabelecer a ligação, e podia-se falar. 3 Euros por minuto. Os 5 minutos que a chamada duraram foram de uma alegria indescritível, um aliviar de um sentimento de privação que não cabe em palavras.
Hoje, alguns anos passados sobre essa experiência, continuo a fazer do mar a minha vida. Felizmente, as condições do sítio onde agora trabalho são bastante melhores, há internet, e lá vou tendo a liberdade de usar o telefone ocasionalmente. Leio o jornal todos os dias, e falo com família e amigos pela internet.
Quando, ocasionalmente, o serviço de comunicações falha, já não me custa tanto como daquela primeira vez... Acho que lá me fui habituando... A maior preocupação, é sempre a de avisar as pessoas que há problemas com a ligação, mas que de resto está tudo bem - afinal de contas a possibilidade de naufrágio é sempre uma possibilidade mais sentida que real.
No essencial, a internet, continua a ser principalmente um cordão umbilical para o mundo e para as pessoas que continuam em meu redor. Claro que lá vou postando aqui de vez em quando, mas muitos são os dias que passam - a maior parte, quando estou de férias - sem que aqui escreva.
Continuo com a noção muito clara que viveria na mesma sem internet... Mas, como diz no anúncio, não seria a mesma coisa!
agosto 22, 2009
THE THE - DUSK - BLUER THAN MIDNIGHT
Esta vem do fundinho...
Save me, save me, save me
Save me, save me, save me.
The candles are lit. the curtains are drawn.
Theres still no sign of rain nor dawn.
Our lips touch. our limbs entwine.
But the ghosts that haunt me wont leave my mind.
Save me, save me, save me
Save me, save me, from myself.
One sin leads to another one.
Oh, the harder I try
I can never, never, never find peace in this life.
I ask myself where does lust come from
Is it something to yield to or be overcome.
I ask myself
Why love can never touch my heart like fear does.
Why cant love ever touch my heart like fear does?
agosto 21, 2009
Lamb - Till The Clouds Clear @ Lowlands
What's left to say with all that's come and gone
Words get in the way and anyway the devils got your tongue
And a storm brews inside and there's nowhere to hide
It's gonna blow your cover sky high
If you let this thing go, it's gonna burn, it's gonna burn
You're gonna take the whole world with you when you go
Oh oh oh what you gonna do ?
When the storm takes over
Oh oh oh what you gonna do ?
When the storm takes over
So here you are, demons screaming in your head
You try to shut them out but they just get louder instead
And nothing you do can seem to break through
This darkness smothering you
When it takes hold, your heart turns cold
The very soul seeps out of you
Oh oh oh what you gonna do ?
When the storm, the storm takes over
Can you hold this thing
Can you hold this thing
Oh oh oh
'Til the clouds clear
agosto 18, 2009
País de tanga? Ou sem ela?
Estará o país finalmente de tanga?
Pelo sim pelo não, os senhores do semanário tomaram em mãos o assunto, e desponibilizaram também informação sobre o III Encontro Ibérico de Naturismo, que decorre no Monte Naturista "O Barão", em pleno Alentejo.
A ver, sem dúvida...
agosto 17, 2009
Meia noite e meia na estação de comboios da Campanhã.
Esses, por outro lado, aguardam, aparentemente imunes à injustiça social e humana que é a de, numa sociedade de luxo e desperdício, a de não haver quem tenha sítio para dormir. São, tão só e apenas, sombras refasteladas na penumbra da noite húmida e fria portuense, atenuada pelos frouxos candeeiros da estação, e uma ou outra ocasional cintilante ponta incandescente de cigarro.
Os serviços básicos da estação, estão há muito fechados. O bar, a papelaria, a bilheteira... O WC, esse ainda está disponível - em troca de 0.50€, se a vontade for maior que o básico refresco das têmporas ou usufruto do urinol -, mas por pouco tempo. Já o faxineiro, um senhor com aparência de muitos anos de casa, passa o esfregão pelo chão, impaciente para ir para casa para o merecido descanso... Ou, passará talvez, ainda, por uma qualquer tasca ainda aberta para cumprimentar os comensais de tantas noites de volta do bagaço?
Em volta da lúgubre cena cai o silêncio pesado da noite, imposto pela lei inexorável da periferia abandonada a vidas marginais e marginalizadas de pobreza, prostituição e droga, encapotadas em prédios e armazéns cinzentos de velho ou em ruínas - ilhas separadas por auto-estradas e viadutos que estão longe do olhar e ninguém quer verdadeiramente visitar.
Há um claro desconforto nos olhares dos utentes que esperam à meia noite na estação de comboios da Campanhã. E esse desconforto, não pode ser explicado pela noite de Verão que se revela fresca e húmida (como é aliás de boa tradição naquelas terras), nem tampouco com facto de à noite todos os gatos serem pardos, e a nossa confiança no cidadão sentado ao lado no banco diminuir instintivamente.
A explicação para o desconforto pode ser encontrada fácilmente, atentando um pouco no placard electrónico de informação. O Intercidades ainda não chegou.
As pessoas, essas, esperam.
O silêncio espesso da noite, é quebrado pela voz aveludada-estridente feminina do altifalante. "Senhores passageiros: Lamentamos informar que o comboio Intercidades procedente de Lisboa Santa Apolónia circula com doze minutos de atraso, prevendo-se a sua chegada à gare às zero horas e quarenta e cinco minutos minutos. Pedimos a sua compreensão pelos incómodos causados."
Aos utentes, resta esperar. Esperar, e compreender bem demais os "incómodos causados" pelos sistemáticos atrasos.
Passados vinte minutos do anúncio, uma moça nos seus vinte anos pega no telemóvel: "Amor, onde estás? Se o combóio não chegar já, tenho que ir, senão não apanho o último autocarro, e de taxi fica demasiado caro... (...) Pois, tá bem, mas como é que fazemos? (...)" Dá duas voltas ao banco, e volta a sentar-se. Vai esperar, tal como todos os outros utentes. O problema do autocarro há-de se resolver.
A mensagem, essa, repete-se periodicamente. Promete sempre o famigerado comboio para daqui a 5 minutos. Para daqui a 2 minutos. O comboio, esse, não chega.
"Compreensão pelos incómodos causados." Bem melhor seria que pedissem compreensão pela ausência de melhoramentos no serviço desde há anos, motivados pela espera incessante de um TGV que venha resolver todos os males - ou, pelo menos atirá-los para debaixo do tapete. Em alternativa, que tal começarem a pedir desculpa pelo péssimo serviço prestado, em vez de "Compreensão pelos incómodos causados"?
O comboio, esse, lá chegou, e as multidões, residentes e recém chegadas, unidas numa só mole humana, dispersaram rapidamente no meio da noite, deixando os sem abrigo e guardas nocturnos mais descansados na sua dança diária, numa estação de comboios vazia.
40 minutos depois.
Sanremo 64 - Bobby solo-Una Lacrima Sul Viso
Da una lacrima sul viso
Ho capito molte cose
Dopo tanti e tanti mesi ora so
Cosa sono per te.
Uno sguardo ed un sorriso
M'han svelato il tuo segreto
Che sei stata innamorata di me
Ed ancora lo sei,
Non ho mai capito,
Non sapevo che
Che tu, che tu, tu mi amavi ma
Come me non trovavi mai
Il coraggio di dirlo ma poi,
Quella lacrima sul viso
E` un miracolo d'amore
Che si avvera in questo istante per me
Che non amo che te,
Non ho mai capito, non sapevo che
Che tu, che tu, tu mi amavi ma
Come me non trovavi mai
Il coraggio di dirlo ma poi,
Quella lacrima sul viso
E` un miracolo d'amore
Che si avvera in questo istante per me
Che non amo che te..
che te. che te
te te te..
agosto 16, 2009
agosto 15, 2009
Conselhos de viagem
Parabéns ao Expresso por uma compilação muito interessante.
The National - Secret Meeting
I think this place is full of spies
I think they're onto me
Didn't anybody, didn't anybody tell you
Didn't anybody tell you how to gracefully disappear in a room
I know you put in the hours to keep me in sunglasses, I know
And so and now I'm sorry I missed you
I had a secret meeting in the basement of my brain
It went the dull and wicked ordinary way
It went the dull and wicked ordinary way
And now I'm sorry I missed you
I had a secret meeting in the basement of my brain
I think this place is full of spies
I think I'm ruined
Didn't anybody, didn't anybody tell you
Didn't anybody tell you, this river's full of lost sharks
I know you put in the hours to keep me in sunglasses, I know
And so and now I'm sorry I missed you
I had a secret meeting in the basement of my brain
It went the dull and wicked ordinary way
It went the dull and wicked ordinary way
And now I'm sorry I missed you
I had a secret meeting in the basement of my brain
And now I'm sorry I missed you
I had a secret meeting in the basement of my brain
It went the dull and wicked ordinary way
julho 14, 2009
Ovo de Colombo (II)
Finalmente Colombo se pôs em pé, com ar solene, se aproximou, pegou o ovo e o bateu levemente contra a superfície da mesa até que quebrou um pouco da casca de uma das pontas e graças a este pequeno achatamento o ovo se manteve perfeitamente na posição vertical.
Claro que desta maneira qualquer um pode fazê-lo! - objectou um pouco alterado, o cortesão.
-Sim qualquer um. Mas "qualquer um" ao que se lhe tivesse ocorrido fazê-lo.
E acrescentou:
- Uma vez eu mostrei o caminho ao Novo Mundo, "qualquer um" poderá segui-lo. Mas "alguém" teve antes que ter a idéia. E "alguém" teve depois, que decidir-se a colocá-la em prática.
Interessante, e com algum valor moral, não vos parece? Não desistam nunca dos vossos sonhos, e acreditem sempre nas vossas ideias!
Ovo de Colombo (I)
Conta-se que em uma ocasião, Cristóvão Colombo foi convidado para um banquete onde lhe haviam designado, como é natural, um posto de honra.
Um dos convidados era um cortesão que estava muito enciumado com o grande descobridor. E quando teve a oportunidade dirigiu-se a ele e lhe perguntou de uma forma um tanto impertinente:
Se você não tivesse descoberto a América, por acaso não existem outros homens na Espanha que poderiam fazê-lo?
Colombo preferiu não responder diretamente àquele homem. Lhe propôs uma prova antológica:
"Levantou-se, pegou um ovo de galinha fresco e convidou a todos os presentes que tentassem colocá-lo de forma que se mantivesse em pé sobre um dos seus extremos".
A ocorrência teve bastante aceitação. Quase todos os presentes entraram logo naquele jogo e tentaram um após o outro, uns com mais, outros com menos convicção, ante o olhar atento dos demais. Mas passava o tempo e ninguém conseguia descobrir a maneira de conseguir que aquele ovo danado mantivesse o equilíbrio.
julho 09, 2009
Agradecimento Público
Um abraço amigo,
Geophys
Cresce e aparece
Miguel Esteves Cardoso
À medida que envelhecemos, vamos sendo obrigados a lidar com as condescendências dos mais jovens. E vai-se criando a urgência de arranjar novas formas de insultá-los.
Estas condescendências, sempre bem-intencionadas, podem ser verbais (cotas) ou comportamentais ("O senhor quer que eu o ajude a atravessar a rua?"). A única coisa que as une é pedirem vingança. Violenta.
A que mais me provoca, emocionalmente, é a afirmação de juventude relativa: "O Senhor Miguel deve conhecer isto muito melhor do que eu, que só tenho 37 anos..."
Dá-me sempre a noção que - já não sendo nenhumas galinhas primaveris, como dizem os ingleses (no spring chickens) - querem agora ser novos à nossa custa.
Tanto faria eu ter 90 anos: haveria sempre um jovem de 78 a tremelicar-me que, apesar de já ter ganho um Nobel da Medicina, não tinha a certeza se seria boa ideia tomar uma Aspirina para a dor de cabeça: "Porque o Doutor Miguel, que já tem muitos mais anos disto, é que sabe, porque dores de cabeça não deve ser coisa que lhe tenham faltado, então com os copos, ha ha ha..." (breve intervalo para estrangulamento).
Então insultemo-los assim: são embriões. São fétinhos, com acento e tudo. São óvulos e espermatozóides. São bebés; precisam de uma mudança de fralda; estão com sono; são iguais à mãezinha. São néscios e nexinhos; nascituros e turrinhos.
A fórmula do "cresce e aparece" tem de ser actualizada. Ninguém nos pode chamar velhos e sobreviver.