Segundo o Expresso, a aspirante Cláudia Almeida Brito, que na altura frequentava o curso no quartel de Mafra, com o intuito de ingressar na arma de infantaria, tera sido violentamente praxada, tendo metido baixa medica, e apresentando "sinais de agressões e marcas de pontapés e coronhadas por todo o corpo", e tendo sido assistida em 4 hospitais, 2 militares e 2 publicos.
Tendo-se ausentado por 2 meses devido a baixa medica (por motivos psicologicos), chumbou por faltas ao curso, tendo em consequencia o CEME autorizado a mudanca de Arma para Administracao Militar, obrigando a referida militar a entregar os galoes de Aspirante, sendo relegada novamente a Cadete.
Para concluir esta exposicao, refira-se em primeiro lugar que a referida militar foi a primeira mulher a conseguir efectuar o ingresso na referida Arma do Exercito Portugues. A este proposito, refere uma carta enviada pela Deputada Socialista Ana Gomes as declaracoes prestadas pela mesma militar ao Jornal do Exercito, que transcrevo:
"Cada vez há mais aquele espírito: mulheres em Infantaria, não. A primeira frase que ouvimos é: vocês não conseguem porque correm menos do que nós, porque não levam uma mochila tão pesada."E, ainda, da mesma fonte, a afirmacao de um dos alunos:
"Era um mito na Academia que essa [a Infantaria] fosse a única arma sem mulheres. Foi um choque a entrada dela [de Cláudia Almeida Brito]. Não creio que tão cedo venha para aqui outra"Em segundo e por ultimo, refiro apenas que as averiguacoes do Exercido Portugues sobre esta materia foi "arquivado, por falta de indícios de irregularidade ou de falhas disciplinares." O CEME mandou reabrir o caso, tendo-o reencaminado para a Policia Judiciaria Militar e para o Provedor de Justica. Foi tambem feita uma participacao ao Ministerio Publico pela ocasiao de uma das idas a um dos Hospitais Publicos, cujas investigacoes prosseguem.
Gostaria de dizer que esta noticia me chocou profundamente. Apesar de ter estado num ramo diferente das Forcas Armadas, e de conhecer (pelo menos um) caso semelhante ocorrido no meu ramo, tudo o que tinha visto ate agora sempre me deu a ideia que as mulheres gozavam, regra geral, de bastante respeito dentro da estrutura militar. Nunca me veio ao conhecimento que nenhuma das minhas camaradas MIFes (MIlitar Feminino) se sentisse incomodada por ma receptividade dentro da instituicao relativamente ao seu genero. Muito pelo contrario, o seu trabalho consta-me ser muito apreciado pelo seu valor tecnico, e a sua influencia no ambiente de trabalho das instituicoes sempre me constou ser de louvar.
A todas as (ex-)camaradas, gostaria de neste momento de vos dizer mais uma vez o grande prazer que foi trabalhar com voces!
Mas... Em contrapartida, sou deparado com esta noticia, que acho de uma barbaridade atroz, e demonstra que se calhar ainda nem todos entraram no seculo XX. Em particular, saudo as palavras do CEME:
Possam as suas palavras chegar a todos os niveis da cadeia de comando, e que este tipo de situacoes seja uma rapidamente uma situacao do passado. De qualquer das formas, as conclusoes do inquerito do Exercito ou demonstram que a honra militar nao chega a todos dentro da Instituicao, ou entao que o conceito de camaradagem na Arma de Infantaria do Exercito Portugues e diferente...
Espero conclusoes deste caso, pesaroso na minha alma...
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