dezembro 29, 2009

Bob Dylan - The Times They Are a-Changin' (1964)

Boa musica para preparar o ano novo.

Come gather 'round people
Wherever you roam
And admit that the waters
Around you have grown
And accept it that soon
You'll be drenched to the bone.
If your time to you
Is worth savin'
Then you better start swimmin'
Or you'll sink like a stone
For the times they are a-changin'.

Come writers and critics
Who prophesize with your pen
And keep your eyes wide
The chance won't come again
And don't speak too soon
For the wheel's still in spin
And there's no tellin' who
That it's namin'.
For the loser now
Will be later to win
For the times they are a-changin'.

Come senators, congressmen
Please heed the call
Don't stand in the doorway
Don't block up the hall
For he that gets hurt
Will be he who has stalled
There's a battle outside
And it is ragin'.
It'll soon shake your windows
And rattle your walls
For the times they are a-changin'.

Come mothers and fathers
Throughout the land
And don't criticize
What you can't understand
Your sons and your daughters
Are beyond your command
Your old road is
Rapidly agin'.
Please get out of the new one
If you can't lend your hand
For the times they are a-changin'.

The line it is drawn
The curse it is cast
The slow one now
Will later be fast
As the present now
Will later be past
The order is
Rapidly fadin'.
And the first one now
Will later be last
For the times they are a-changin'.

dezembro 23, 2009

The Delgados - The Light Before We Land


In cases such as these I'd like a hand
Don't wake me up without a master plan
With silence I'm becoming fragile
Don't you understand?
When things that once were beautiful
Are bland

And when I feel like I can feel once again
Let me stay awhile
Soak it in awhile
If we can hold on we can fix what is wrong
Buy a little time
For this head of mine
Haven for us

In truth there is no better place to be
Than falling out of darkness still to see

Without a premonition
Could you tell me where we stand?
I'd hate to lose this light
Before we land

And when I feel like I can feel once again
Let me stay awhile
Soak it in awhile
If we can hold on we can fix what is wrong
Buy a little time
For this head of mine
Haven for us

Before we let euphoria
Convince us we are free
Remind us how we used to feel
Before when life was real

And when I feel like I can feel once again
Let me stay awhile
Soak it in awhile
If we can hold on we can fix what is wrong
Buy a little time
For this head of mine
Haven for us

Goldfrapp - Black Cherry

How can it be? I can taste u now
How can I see when you're everything?

All the world in one grain of sand
And I've blown it
All my world in one grain of sand
And u own it

Black cherry, black cherry, stone
Black cherry, black cherry

Hearing u say it, I could die
Trembling star, just reminds me

All the world in one grain of sand
And I've blown it
All my world in one grain of sand
And you own it

Black cherry, black cherry, stone
Black cherry, black cherry

Excite me, ignite me
Oh and you know
I miss u, I kiss u
Oh and you know

Black cherry, black cherry, stone
Black cherry, black cherry

Excite me, ignite me
Oh and you know
I miss u, I kiss u
Oh and you know

dezembro 22, 2009

Natal Deprimente

Vou passar o Natal fechado no navio a trabalhar. Mas os vizinhos do navio ao lado vão passar o natal no navio a trabalhar, e estão com tantos problemas que vão passá-lo ao frio a de volta dos equipamentos que não funcionam.

Pior: o cozinheiro esqueceu-se de pedir açúcar, logo - e se o menino Jesus não trouxer uma melhoria considerável nas condições climatéricas que permitam uma transferência de provisões de emergência do nosso navio para o deles (não está previsto) - nem um bolinho para animar a malta nesta época Natalícia.

Há sempre quem esteja pior.

Podia ser um pensamento reconfortante... Mas se o fosse, não seria ainda mais deprimente?





dezembro 13, 2009

Work Songs in a Texas Prison

Amanhã parto para Houston, Texas, onde irei estar a trabalhar nas próximas semanas.

O espírito é o do vídeo...

Adeus Portugal até 2010!

dezembro 12, 2009

Carlos Paião - Homenagem...

... A uma das personalidades maiores da música portuguesa.

Era uma criança quando faleceu Carlos Paião, e o seu desaparecimento foi uma das primeiras grandes perdas da minha vida. Recordo-me como hoje o dia da notícia do seu trágico acidente.

Porque recordar é viver, aqui fica a homenagem a um grande Homem que jamais esquecerei, e cuja obra, 20 anos depois, continua actual e na minha playlist com frequência.




Olá cegonha, gosto de ti!
Há quanto tempo, te não via por ai!
Nem teus ninhos nos telhados,
Nem as asas pelo céu!
Olá cegonha! Que aconteceu?

Ainda me lembro de ouvir-te dizer,
Que tu de longe os bebes vinhas trazer!
Mas os homens vão crescendo,
E as cegonhas, a morrer!
Ainda me lembro...não pode ser!

Adeus cegonha, tu vais voar!
E a gente sonha...é bom sonhar!
No teu destino, por nós traçado!
Leva o menino, que é pequenino, toma, cuidado!

Adeus cegonha, adeus lembranças...
A gente sonha, como crianças!
Faz outro ninho, no som dos céus!
Vai de mansinho, mas pelo caminho, diz-nos adeus!

Adeus cegonha, tu vais voar!
E a gente sonha... é bom sonhar!
No teu destino, por nós traçado...
Leva o menino que é pequenino, toma cuidado!
Leva o menino... mas tem cuidado!...

Mais um fogacho na Justiça


(Imagem retirada de aqui)

O caso do Apito Dourado dispensará por certo grandes apresentações.

A ascensão fulgurante do FCP no panorama futebolístico nacional foi acompanhada de um clima de suspeição sobre os métodos sobre os quais tal proeza tenha sido assente.

Finalmente, o wishful thinking de quem veria na pujança de um clube que soube adaptar-se às exigências do futebol empresarial deste século XXI não uma prova de profissionalismo, exigência e rigor, mas sim o recurso a manobras sujas e desleais, teria sido consubstanciada em factos aparentemente indesmentíveis.

Exigiram-se cabeças no cadafalso. Retiraram-se pontos ao clube envolvido, suspendeu-se o seu presidente, afinal, os grandes facínoras da verdade desportiva indígena. A legalidade de tais punições, essa, nunca ficou cabalmente estabelecida, pois apoiava-se em meios de prova mal estabelecidos, e em práticas jurídicas pouco consistentes.

Os condenados conformaram-se com as decisões. Afinal, as punições eram irrelevantes - o clube, que detinha larga vantagem pontual sobre os demais adversários, mesmo com a punição, viria a sagrar-se campeão; o presidente, por seu lado, considerou o superior interesse da instituição que presidia.

Passada essa fase, passou-se para a Justiça do Estado.

Aqui, a análise do caso não foi conforme o clamor das massas sedentas de sangue, tendo a investigação sido arquivada pelo MP do DIAP-Porto, considerando a inexistência de provas.

Escândalo nacional. Acusações de proximidade entre o MP e o FCP.  Lutas intestinas no seio do MP (também aqui, na sequência do caso "noite branca"). No final, a constituição da Equipa de Coordenação do Processo Apito Dourado, liderado por Maria José Morgado, recupera a essência dos processos anteriormente arquivados, e vai a julgamento. O mal estado no seio do MP gera conflitos e responsáveis batem a porta.

Mas agora, já é uma questão de honra. A condenação dos envolvidos é agora uma obrigação do MP, ao arrepio da consistência da mesma. É uma caça às bruxas.

É sem surpresa que, feitas as contas, tudo isto tenha dado em nada. Uma por uma, as acusações proferidas caem podres no chão. E culminam em mais uma absolvição, de que viemos a tomar conhecimento ontem.

Afinal, tanta comoção, tanto escândalo, e o resultado é... Nada!

No balanço final, ninguém fica a ganhar, mas uns perdem mais.

Da suspeição que se instalou, já não haverá volta a dar. O bom nome dos acusados está irremediavelmente comprometido - apesar da ilibação clara e inequívoca.

Mas a pior fotografia do caso é a do MP - cuja actuação na investigação pareceu a certo momento ser mais a de uma campanha de ódio em vez de profissional. Os resultados da ECPAD sendo nulos, permitem concluir terem sido acertadas as decisões tomadas inicialmente pelo DIAP-Porto. Tudo à custa da serenidade que deveria haver, e - convém lembrar - do bolso dos contribuintes.

Com este tipo de administração da Justiça, o país não pode avançar. Saibam, portanto, punir-se os responsáveis por este fracasso flagrante e pouco dignificante.

Para que o chão onde estas acusações caíram de podres não fique estéril para sempre.

Flor da Pele - Zeca Baleiro

Para acabar por hoje...............

GABRIEL O PENSADOR - Tô Feliz (Matei o Presidente)

Marilyn Manson Dope Hat With Lyrics

And now for something completely different!

Black - Wonderful Life

Here I go out to see again
the sunshine fills my hair
and dreams hang in the air
Gulls in the sky and in my blue eyes
you know it feels unfair
there's magic everywhere

Look at me standing
here on my own again
up straight in the sunshine

No need to run and hide
it's a wonderful, wonderful life
No need to laugh and cry
it's a wonderful, wonderful life

Sun in your eyes
the heat is in your hair
they seem to hate you
because you're there
and I need a friend
Oh, I need a friend
to make me happy
not stand here on my own

Look at me standing
here on my own again
up straight in the sunshine

No need to run and hide
it's a wonderful, wonderful life
No need to laugh and cry
it's a wonderful, wonderful life

I need a friend
oh, I need friend
to make me happy
not so alone.......
Look at me here
here on my own again
up straight in the sunshine

No need to run and hide
it's a wonderful, wonderful life
No need to laugh and cry
it's a wonderful, wonderful life

No need to run and hide
it's a wonderful, wonderful life
No need to run and hide
it's a wonderful, wonderful life
wonderful life, wonderful life

dezembro 11, 2009

Pergunta...

Mário Lino retirou 180 milhões de euros à Acção Social Escolar para pagar Magalhães.

Ora bem, a um preço unitário de 300 € o computador (não considerando descontos por compra em bruto, comparticipações de pais, etc etc etc), será que se compraram desta forma não menos que 600 000 computadores?

É impressão minha, ou é praticamente a totalidade do custo do programa?

Esta história tem algo de pornográfico, de facto...

dezembro 10, 2009

CANTINFLAS CRUZANDO EL MURO EN LA FRONTERA

Conseguir um visto para os EUA é algo deste género.

"Low Place Like Home" Sneaker Pimps

You walked all over, in your blunderstones
In your own road movie, with your one armed man
Gonna make it to the problem page
Trouble-shoot your life
Gonna make it to the problem page
Need some time and space

Just to find yourself
I hope you find yourself
In a low place like home
Low place like home

You talked it over from your bedroom throne
Making sense of nothing, like your one armed man,
Read your future in the magazine, search your stars for clues
Read your future in the magazine, tells you what to lose

Just to find yourself
I hope you find yourself
In a low place like home
Low place like home

You fall all over, in your small town heels
Catching hold of nothing, like your one armed man,
Treat your life like a tragedy, self-inflict abuse
Treat your life like a tragedy, precious else to choose
Crucify yourself, I hope you find yourself

In a low place like home
Low place like home

Ridendo castigat mores (II)

Ria quem possa, eu choro!

dezembro 09, 2009

HOME (English with subtitles)

We are living in exceptional times. Scientists tell us that we have 10 years to change the way we live, avert the depletion of natural resources and the catastrophic evolution of the Earth's climate.

The stakes are high for us and our children. Everyone should take part in the effort, and HOME has been conceived to take a message of mobilization out to every human being.

For this purpose, HOME needs to be free. A patron, the PPR Group, made this possible. EuropaCorp, the distributor, also pledged not to make any profit because Home is a non-profit film.

HOME has been made for you : share it! And act for the planet.

Yann Arthus-Bertrand

HOME official website
http://www.home-2009.com

PPR is proud to support HOME
http://www.ppr.com

HOME is a carbon offset movie
http://www.actioncarbone.org

More information about the Planet
http://www.goodplanet.info

Parabéns Deolinda!

O Sunday Times classificou o disco dos Deolinda, "Canção ao Lado", como sendo o 3º melhor na categoria "World Music". É mais uma demonstração do imenso talento que este grupo tem.

5 estrelas! Parabéns!

A classificação do disco aqui. A crítica ao álbum aqui.



Ridendo castigat mores

Medina Carreira em grande forma.

Héroes del Silencio - Entre dos tierras

Te puedes vender,
cualquier oferta es buena
si quieres poder..
qué fácil es
abrir tanto la boca para opinar,
y si te piensas echar atrás
tienes muchas huellas que borrar.
déjame, que yo no tengo la culpa de verte caer,
si yo no tengo la culpa de verte caer.

pierdes la fe,
cualquier esperanza es vana
y no sé qué creer;
pero olvídame, que nadie te ha llamado
ya estás otra vez.
déjame, que yo no tengo la culpa de verte caer,
si yo no tengo la culpa de verte caer...

entre dos tierras estás
y no dejas aire que respirar
entre dos tierras estás
y no dejas aire que respirar

déjalo ya,
no seas membrillo y permite pasar,
y si no piensas echar atrás
tienes mucho barro que tragar.
déjame, que yo no tengo la culpa de verte caer,
si yo no tengo la culpa de verte caer...

entre dos tierras estás
y no dejas aire que respirar,
entre dos tierras estás
y no dejas aire que respirar

déjame, que yo no tengo la culpa de verte caer,
si yo no tengo la culpa de verte caer...

entre dos tierras estás
y no dejas aire que respirar,
entre dos tierras estás
y no dejas aire que respirar

dezembro 08, 2009

Carlos Paião | Pó de Arroz

Pó de Arroz,
Na face das pequenas
Será beleza apenas, só
Uma corzinha com
Pó de arroz
Rosa é, mulher o pôs
E o homem vai nas cenas
Eva e Adão outra vez
É como enfeitar um embrulho
Arroz com gorgulho talvez
(Refrão)
Pó de arroz
Do teu arrozal
Esse pó que é fatal
És a tal que me encanta com
Pó de Arroz
Não faz nenhum mal
É de arroz integral
Infernal, quando chegas com
Todo o teu arroz (bis)
Pó de Arroz
Tens hoje só pra mim
Pós de perlimpimpim
És um arroz doce sim
Pode ser
Um canto de sereia
Serei a tua teia
E tu serás meu algoz
Mas quando te vais alindar
Alindada vens dar no arroz

Pink Floyd - Dogs





You gotta be crazy, you gotta have a real need.
You gotta sleep on your toes, and when you're on the street,
You gotta be able to pick out the easy meat with your eyes closed.
And then moving in silently, down wind and out of sight,
You gotta strike when the moment is right without thinking.

And after a while, you can work on points for style.
Like the club tie, and the firm handshake,
A certain look in the eye and an easy smile.
You have to be trusted by the people that you lie to,
So that when they turn their backs on you,
You'll get the chance to put the knife in.

You gotta keep one eye looking over your shoulder.
You know it's going to get harder, and harder, and harder as you
get older.
And in the end you'll pack up and fly down south,
Hide your head in the sand,
Just another sad old man,
All alone and dying of cancer.

And when you loose control, you'll reap the harvest you have sown.
And as the fear grows, the bad blood slows and turns to stone.
And it's too late to lose the weight you used to need to throw
around.
So have a good drown, as you go down, all alone,
Dragged down by the stone.

I gotta admit that I'm a little bit confused.
Sometimes it seems to me as if I'm just being used.
Gotta stay awake, gotta try and shake off this creeping malaise.
If I don't stand my own ground, how can I find my way out of this
maze?

Deaf, dumb, and blind, you just keep on pretending
That everyone's expendable and no-one has a real friend.
And it seems to you the thing to do would be to isolate the winner
And everything's done under the sun,
And you believe at heart, everyone's a killer.

Who was born in a house full of pain.
Who was trained not to spit in the fan.
Who was told what to do by the man.
Who was broken by trained personnel.
Who was fitted with collar and chain.
Who was given a pat on the back.
Who was breaking away from the pack.
Who was only a stranger at home.
Who was ground down in the end.
Who was found dead on the phone.
Who was dragged down by the stone.

Deep purple - Child in time

Sweet child in time, you'll see the line
Line that's drawn between good and bad
See the blind man shooting at the world
Bullets flying, ooh taking toll
If you've been bad - Oh Lord I bet you have
And you've not been hit oh by flying lead
You'd better close your eyes, you'd better bow your head
Wait for the ricochet

Ooo-ooo-ooo-ooo..
Ooo-ooo-ooo-ooo..
Aaa-aaa-aaa..
Oh, I wanna hear you sing..
Aaa-aaa-aaa..
Oaoh..
AAA-AAA-AAA!!
AAA-AAA-AAA!!


Sweet child in time, you'll see the line
Line that's drawn between good and bad
See the blind man shooting at the world
Bullets flying, mm taking toll
If you've been bad - Lord I bet you have
And you've not been hit oh by flying lead
You'd better close your eyes, you'd better bow your head
Wait for the ricochet

Ooo-ooo-ooo-ooo..
Ooo-ooo-ooo-ooo..
Aaa-aaa-aaa..
Oh, I gotta hear you sing..
Aaa-aaa-aaa..
Oaoh..
AAA-AAA-AAA!!
Oh..
AAA-AAA-AAA!!

Oh..god oh no..oh god no..oh..ah..no ah..AAh..oh..AAWAAH!!..oh

The Smiths - There is a light that never goes out

Take me out tonight
Where there's music and there's people
Who are young and alive
Driving in your car
I never never want to go home
Because I haven't got one anymore

Take me out tonight
Because I want to see people
And I want to see life
Driving in your car
Oh please don't drop me home
Because it's not my home, it's their home
And I'm welcome no more

And if a double-decker bus
Crashes into us
To die by your side
Is such a heavenly way to die
And if a ten ton truck
Kills the both of us
To die by your side
Well the pleasure, the privilege is mine

Take me out tonight
Take me anywhere, I don't care
I don't care, I don't care
And in the darkened underpass
I thought Oh God, my chance has come at last
But then a strange fear gripped me
And I just couldn't ask

Take me out tonight
Oh take me anywhere, I don't care
I don't care, I don't care
Driving in your car
I never never want to go home
Because I haven't got one
No, I haven't got one

And if a double-decker bus
Crashes in to us
To die by your side
Is such a heavenly way to die
And if a ten ton truck
Kills the both of us
To die by your side
Well the pleasure, the privilege is mine

There is a light that never goes out
There is a light that never goes out
There is a light that never goes out
There is a light that never goes out

PAIN - Just hate me

I gotta think of something
to make you think less
of me, that I am nothing
to hold on to, 'cause we are through
I dislike you

[refr.]
I wish that you could hate me
then things would be so easy
just get me off your mind
if the bitch would have a son
then I would be the one
so hate me

geese, flying from the winter
that's what I should do, do, do
or become a sprinter
and run away
'cause we are through
I dislike you

I wish that you could hate me
then things would be so easy
just get me off your mind
if the bitch would have a son
then I would be the one

I am being mean
like no one's ever been
just hate me...

I wish that you could hate me
then things would be so easy
just get me off your mind

Please help the world - COP15 opening film

O futuro do planeta discute-se agora em Copenhaga.

Fica o apelo.

dezembro 07, 2009

Manual práctico del amigo imaginario

Porque hay cosas que nunca se olvidan

Todas as acções têm uma reacção... E a reacção, por vezes é terrível!

Filme vencedor da “melhor curta-metragem” da edição do Festival Porto7 em 2008.

Il giorno del jujitsu -Jiujutsu Day

A incessante luta do bem contra o mal.

Beyond Words

In this thriller, a young, deaf woman finds herself being stalked by a mysterious man. "Beyond Words" was a 2009 Tropfest Australia Finalist.

MADAME TUTLI-PUTLI

Belíssima animação!

Diversão

A democratização do exercício do direito de opinião, como corolário da democratização do acesso à informação proporcionado pela Internet, é, a meu ver,  é uma coisa positiva. Mas do ponto de vista de quem lê é uma coisa perigosa.

É muito fácil, para o mais incauto leitor, deixar-se levar pelas falácias e ignorâncias (intencionais ou não) de quem escreve.

Se o leitor não sabe do que estou a falar, sugiro que leia este exemplo aqui (humoristicamente criticado aqui).

É que o sentido do texto pode parecer correcto (e pode até eventualmente sê-lo), mas para fazermos ver o nosso ponto de vista, o wishful thinking não pode chegar.

novembro 30, 2009

"Believe Me, It’s Torture"

Excelente reportagem sobre os métodos de "interrogação agressiva" utilizados na guerra contra o terrorismo na base de Guantánamo, aqui.

Não parece muito, mas a eficiência do método parece muito maior do que as imagens demonstram...

Vejam o vídeo:


novembro 28, 2009

Jack Johnson - Cookie Jar

i would turn on the tv, but it’s so embarrassing
to see all the other people, i don’t know what they mean
it was magic at first, when they spoke without sound
but now this world is gonna hurt, you better turn that thing down
turn it around

“it wasn’t me,” says the boy with the gun
“sure i pulled the trigger, but it needed to be done
because life’s been killing me ever since it begun
you can’t blame me because i’m too young”

“you can’t blame me, sure the killer was my son
but i didn’t teach him to pull the trigger of the gun
it’s the killing on his tv screen
you can’t blame me, it’s those images he seen”

“you can’t blame me,” says the media man
“i wasn’t the one who came up with the plan
i just point my camera at what the people want to see
it’s a two way mirror and you can’t blame me”

“you can’t blame me,” says the singer of the song
or the maker of the movie which he based his life on
“it’s only entertainment, as anyone can see
it’s smoke machines and makeup, you can’t fool me”

it was you, it was me, it was every man
we’ve all got the blood on our hands
we only receive what we demand
and if we want hell then hell’s what we’ll have

i would turn on the tv, but it’s so embarrassing
to see all the other people, don’t know what they mean
it was magic at first, but let everyone down
and now this world is gonna hurt, you better turn it around
turn it around

A história das coisas

Vale a pena pensar nisto...

novembro 25, 2009

Mitrovica: North and South

Este documentário sobre a situação em Mitrovica foi feito em 2005. Após a independência do Kosovo, as tensões entre as comunidades aumentaram consideravelmente.

Mitrovica, o Kosovo, todos os Balcãs, continuam a ser um barril de pólvora.

Nota: O destacamento da GNR no Kosovo encontra-se responsável pela segurança de Mitrovica.

The Children of Leningradsky

Obrigado @JMF1957!




Nominated for the 2004 Academy Award® for Best Documentary, Short Subject, this documentary takes an intimate and heartbreaking look at a group of homeless children living in and around a Moscow train station. Please visit the website and help these children.

novembro 22, 2009

Domingo

Poema de Manuel da Fonseca, dito pelo grande e saudoso Mário Viegas... Quando a cultura de excelência passava na TV.

Não poderia ser mais adequado.

Bom domingo!




Quando chega domingo,
faço tenção de todas as coisas mais belas
que um homem pode fazer na vida.
Há quem vá para o pé das águas
deitar-se na areia e não pensar…
E há os que vão para o campo
cheios de grandes sentimentos bucólicos
porque leram, de véspera, no boletim do jornal:
«Bom tempo para amanhã»…
Mas uma maioria sai para as ruas pedindo,
pois nesse dia
aqueles que passeiam com a mulher e os filhos
são mais generosos.
Um rapaz que era pintor
não disse nada a ninguém
e escolheu o domingo para se matar.
Ainda hoje a família e os amigos
andam pensando porque seria.
Só não relacionam que se matou num domingo!
Mariazinha Santos
(aquela que um dia se quis entregar,
que era o que a família desejava,
para que o seu futuro ficasse resolvido),
Mariazinha Santos
quando chega domingo,
vai com uma amiga para o cinema.
Deixa que lhe apalpem as coxas
e abafa os suspiros mordendo um lencinho que sua mãe lhe bordou,
quando ela era ainda muito menina…
Para eu contar isto
é que conheço todas as horas que fazem um dia de domingo!
À hora negra das noites frias e longas
sei duma hora numa escada
onde uma velha põe sua neta
e vem sorrir aos homens que passam!
E a costureirinha mais honesta que eu namorei
vendeu a virgindade num domingo
— porque é o dia em que estão fechadas as casas de penhores!
Há mais amargura nisto
que em toda a História das Guerras.
Partindo deste principio,
que os economistas desconhecem ou fingem desconhecer,
eu podia destruir esta civilização capitalista, que inventou o domingo.
E esta era uma das coisas mais belas
que um homem podia fazer na vida!
Então,
todas as raparigas amariam no tempo próprio
e tudo seria natural
sem mendigos nas ruas nem casas de penhores…
Penso isto, e vou a grandes passadas…
E um domingo parei numa praça
e pus-me a gritar o que sentia.
mas todos acharam estranhos os meus modos
e estranha a minha voz…
Mariazinha Santos foi para o cinema
e outras menearam as ancas
— ao sol como num ritual consagrado a um deus! —
até chegar o homem bem-amado entre todos
com uma nota de cem na mão estendida…
Venha a miséria maior que todas
secar o último restolho de moral que em mim resta;
e eu fique rude como o deserto
e agreste como o recorte das altas serras;
venha a ânsia do peito para os braços!
E vou a grandes passadas
como um louco maior que a sua loucura…
O rapaz que era pintor
aconchegou-se sobre a linha férrea
para que a morte o desfigurasse
e o seu corpo anónimo fosse uma bandeira trágica
de revolta contra o mundo.
Mas como o rosto lhe estava intacto
vai a família ao necrotério e ficou aterrada!
Conheci-o numa noite de bebedeira
e acho tudo aquilo natural.
A costureirinha que eu namorei
deixava-se ir para as ruas escuras
sem nenhum receio.
Uma vez que chovia até entrámos numa escada.
Somente sequer um beijo trocámos…
E isto porque no momento próprio
olhava para mim com um propósito tão sereno
que eu, que dela só desejava o corpo bem feito
me punha a observar o outro aspecto do seu rosto,
que era aquela serenidade
de pessoa que tem a vida cheia e inteira.
No entanto, ela nunca pôs obstáculo
que nesse instante as minhas mãos segurassem as suas.
Hoje encontramo-nos aí pelos cafés…
(ela está sempre com sujeitos decentes)
e quando nos fitamos nos olhos.
bem lá no fundo dos olhos,
eu que sou homem nascido
para fazer as coisas mais heróicas da vida
viro a cabeça para o lado e digo:
— rapaz, traz-me um café…
O meu amigo, que era pintor,
contou-me numa noite de bebedeira:
— Olha, quando chega domingo,
não há nada melhor que ir para o futebol…
E como os olhos se me enevoassem de água,
continuou com uma voz
que deve ser igual à que se ouve nos sonhos:
— …. no entanto, conheço um homem
que ia para a beira do rio
e passava um dia inteirinho de domingo
segurando uma cana donde caia um fio para a água…
… um dia pescou um peixe,
e nunca mais lá voltou…
O pior é pensar:
que hei-de fazer hoje, que toda a gente anda alegre
como se fosse uma festa?…
O rapaz que era pintor sabia uma ciência rara,
tão rara e certa e maravilhosa
que deslumbrado se matou.
Pago o café e saio a grandes passadas.
Hoje e depois e todos os dias que vierem,
amo a vida mais e mais
que aqueles que sabem que vão morrer amanhã!
Mariazinha Santos,
que vá para o cinema morder o lencinho que sua mãe lhe bordou…
E os senhores serenos, acompanhados da mulher e dos filhos,
que parem ao sol
e joguem um tostão na mão dos pedintes…
E a menina das horas longas e frias
continue pela mão de sua avó…
E tu, que só andas com cavalheiros decentes,
ó costureirinha honesta que eu namorei um dia,
fita-me bem no fundo dos olhos,
fita-me bem no fundo dos olhos!
Então,
virá a miséria maior que todas
secar o último restolho de moral que em mim resta;
e eu ficarei rude como o deserto
e agreste como o recorte das altas serras:
e virá a ânsia do peito para os braços!
Domingo que vem,
eu vou fazer as coisas mais belas
que um homem pode fazer na vida!

novembro 19, 2009

Festival RTP 1973 - Fernando Tordo - Tourada (R)

Por falar em Fernando Tordo e em Ary dos Santos...

"Não importa sol ou sombra
camarotes ou barreiras
toureamos ombro a ombro
as feras.
Ninguém nos leva ao engano
toureamos mano a mano
só nos podem causar dano
espera.
Entram guizos chocas e capotes
e mantilhas pretas
entram espadas chifres e derrotes
e alguns poetas
entram bravos cravos e dichotes
porque tudo o mais
são tretas.
Entram vacas depois dos forcados
que não pegam nada.
Soam brados e olés dos nabos
que não pagam nada
e só ficam os peões de brega
cuja profissão
não pega.
Com bandarilhas de esperança
afugentamos a fera
estamos na praça
da Primavera.
Nós vamos pegar o mundo
pelos cornos da desgraça
e fazermos da tristeza
graça.
Entram velhas doidas e turistas
entram excursões
entram benefícios e cronistas
entram aldrabões
entram marialvas e coristas
entram galifões
de crista.
Entram cavaleiros à garupa
do seu heroísmo
entra aquela música maluca
do passodoblismo
entra a aficionada e a caduca
mais o snobismo
e cismo...
Entram empresários moralistas
entram frustrações
entram antiquários e fadistas
e contradições
e entra muito dólar muita gente
que dá lucro aos milhões.
E diz o inteligente
que acabaram as canções."

..... Olé!

Cavalo à Solta - Fernando Tordo / Ary dos Santos

Minha laranja amarga e doce
Meu poema feito de gomos de saudade
Minha pena pesada e leve
Secreta e pura
Minha passagem para o breve
Breve instante da loucura
Minha ousadia, meu galope, minha rédia,
Meu potro doido, minha chama,
Minha réstia de luz intensa, de voz aberta
Minha denúncia do que pensa
Do que sente a gente certa
Em ti respiro, em ti eu provo
Por ti consigo esta força que de novo
Em ti persigo, em ti percorro
Cavalo à solta pela margem do teu corpo
Minha alegria, minha amargura,
Minha coragem de correr contra a ternura
Minha laranja amarga e doce
Minha espada, meu poema feito de dois gumes
Tudo ou nada
Por ti renego, por ti aceito
Este corcel que não sussego
À desfilada no meu peito
Por isso digo canção castigo
Amêndoa, travo, corpo, alma
Amante, amigo
Por isso canto, por isso digo
Alpendre, casa, cama, arca do meu trigo
Minha alegria, minha amargura
Minha coragem de correr contra a ternura
Minha ousadia, minha aventura
Minha coragem de correr contra a ternura (2x)

novembro 18, 2009

Eros e Psique

"Conta a lenda que dormia
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada.

Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.

A Princesa Adormecida,
Se espera, dormindo espera,
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.

Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado,
Ele dela é ignorado,
Ela para ele é ninguém.

Mas cada um cumpre o Destino
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.

E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora,

E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia."

novembro 12, 2009

The Evolution of Technology and the Human Race

A primeira conclusão é que o video já está desactualizado.

A segunda, deixo ao estimado leitor...

Sigur Ros - Viðrar Vel Til Loftárása

(Apetece, mas não vou debater aqui a questão do casamento homossexual. O vídeo, que é excelente, seria um excelente ponto de partida para uma reflexão sobre o tema. A musica, essa, é soberba!)

Para os que sabem islandês:
Ég Læt Mig Líða Áfram
Í Gegnum Hausinn
(Hugsa) Hálfa Leið
Afturábak
Sé Sjálfan Mig Syngja Sem

Fagnaðarerindið Við Sömdum Saman tyooo...
Við Áttum Okkur Draum
Áttum Allt
Við Riðum Heimsendi
Við Riðum Leitandi
Klifruðum Skýjakljúfa
Sem Síðar Sprungu Upp
Friðurinn Úti
Ég Lek Jafnvægi
Ég Dett Niður
Ég Læt Mig Líða Áfram
Í Gegnum Hausinn
Ég Kem Alltaf Niður Aftur Á Sama Stað
Alger Þögn
Ekkert Svar
(En) Það Besta Sem Guð Hefur Skapað
Er Nýr Dagur

novembro 11, 2009

The Gathering - Home

I gave my life to you and I have worked so hard at it too
Would I do anything other than to raise you to be
The finest men?

After all this years of ploughing through the weeds
I have turned wise and grey
With every fibre in me
I have lived to see you grow to be

The finest men

I just followed my trail and I found my way back home
In this slight of all I wanted to display for you
I will never leave you alone

In the corners of this universal sky
Then completion often day passes me by
As long as the ways of the light
Will reach your bearing heart
I will find

The finest men

I came and I saw
I will understand this freedom
And remind you of me

Will you pass me on
My pride

I found in life my way home

novembro 07, 2009

Pare, Escute, Olhe

Um documentário que promete e sobre um tema frequentemente esquecido.

Num país em que as assimetrias são debatidas por todos, mas apenas no plano socioeconómico, é de valorizar um olhar lúcido para o abandono a que é votado o nosso interior!

Já que não podemos todos viver em Lisboa e Porto...

A ver!

Já agora, fica mal a um responsável político dizer que "Só falta cimento"!

Quando um país é governado sobre esta perspectiva, quais são as suas possibilidades de futuro?

novembro 03, 2009

Muse- Blackout

Peço desculpa repetir a banda, mas esta música é algo de... Muito bom!

Enjoy!...

Don't kid yourself,
And don't fool yourself,
This love's too good to last,
And I'm too old to dream...

Don't grow up too fast,
And don't embrace the past,
This life's too good to last,
And I'm too young to care...

Don't kid yourself,
And don't fool yourself,
This life could be the last,
And we're too young to see...

novembro 02, 2009

O sindicalismo na Justiça (?)

Foi com grande surpresa que li o editorial desta semana do jornal "Expresso", que pode ser lido aqui, na parte em que se refere negativamente ao sindicalismo na Justiça.

Desconheço o que terá motivado a reflexão do "Expresso". No entanto, e embora não pertença ao meio jurídico – ainda que tenha familiares no mesmo - desconheço as novidades de actuação dos sindicatos das magistraturas a que o mesmo autor se refere.

Reconheço porém, que essa actuação possa não ser perfeita, e que peque demasiadas vezes por um corporativismo exagerado. No entanto, não me parece que o corporativismo das magistraturas seja maior - antes pelo contrário - do que o corporativismo patente noutras classes, nomeadamente na dos Advogados, ou na dos Médicos.

Portanto, parece-me inusitado o artigo.

Não obstante, a oportunidade da discussão não invalida a justeza dos argumentos, e, nesse plano, já que o "Expresso" abre o debate, deixarei aqui o meu modesto contributo.

A Justiça deve ter um lugar central numa sociedade digna e dita civilizada. Não sei é se a Justiça é "um dos maiores falhanços das 3 décadas e meia de Democracia", mas concordo que não vai bem.

Mas, serão mesmo os sindicados os principais culpados do descalabro?

Na realidade, não me lembro da última actividade dos sindicatos que tenha posto em causa o funcionamento da Justiça. Pode ser defeito de juventude (que já não é assim tanta quanto isso, infelizmente), mas não me recordo da ultima greve da magistratura. Deve ser das poucas classes do sector público que não fizeram greve nos últimos tempos.

Claro que se pode considerar que a culpa dos sindicatos na degradação da qualidade da Justiça decorre precisamente da inacção. E, nesse aspecto, há muito por onde apontar.

Refere o "Expresso" que a Justiça é "um dos maiores falhanços em três décadas e meia de democracia em Portugal". Mas será que poderia ser de forma diferente?

Dou alguns exemplos, que me parecem que merecem reflexão.

Antigamente, os tribunais eram lugares de imponência arquitectónica. Hoje em dia, o Estado vende-os, para criar as chamadas "cidades judiciárias", que mais não são que escritórios arrendados pelo Estado a particulares em zonas decrépitas e/ou falhadas das grandes metrópoles, e que constituem umas das mais espectaculares manobras especulativas dos últimos tempos. Os poucos "Palácios de Justiça", como eram chamados, que ainda subsistem, caem em ruínas, tal é o desinvestimento.

Por outro lado, a criação dos denominados "mapas judiciários" - que são contestados quase unanimemente por todos os actores do sistema de justiça, ao que julgo saber - parece completamente desfasada das realidades do terreno.

O estabelecimento de "tribunais especializados" em determinada matéria colocados apenas em determinadas zonas do território nacional, contribui largamente para o afastamento das populações da Justiça, ao implicar custos maiores para intervenientes e testemunhas, que se têm de deslocar por vezes dezenas de quilómetros para comparecer às audiências - ao invés de, como antigamente, se deslocar o tribunal às pequenas localidades.

A produção legislativa - como foi denunciado pelos media - nunca foi tão prolífica, mas também de tão baixa qualidade. A quantidade de leis que são aprovadas pelo poder legislativo, emendadas antes de entrarem em vigor, e remendadas ao longo dos anos, é pura e simplesmente inaceitável. A isto, acresce o fenómeno relativamente recente das leis feitas à medida.

Quem desconhece a denominação do "Código Casa Pia", relativamente às alterações todas que fizeram ao Código Processo Penal? Será que alguém considera a norma que determina que "a prática continuada de um mesmo crime sobre uma mesma vítima ao longo do tempo constitui apenas um crime", uma medida justa, e completamente desprovida de interesse em um ou outro processo mais mediático?

Terão sido alguns diplomas-chave do nosso ordenamento jurídico feitos, no superior interesse do povo Português?

Permitam-me discordar, e relembrar os casos também da Lei das Armas, do Estatuto dos Açores, da Lei de Segurança Interna, Lei de Organização da Investigação Criminal, e da Lei-Quadro de Política Criminal, e do já referido Código do Processo Penal.

No meio do “pântano legislativo” em que o País se encontra, como será possível prestigiar o que quer que seja?

Refere também o semanário que os magistrados (juizes e, mutatis mutandis, magistrados do MP) "são hoje em dia um dos grupos socioprofissionais mais privilegiados na sociedade portuguesa".

Pode até ser verdade.

No entanto, parece-me que, com fundamento de melhorar o funcionamento do Estado, poucos terão sido os grupos socioprofissionais tão sacrificados. Dos privilégios que se apontavam, pouco resta.

O período de férias, que de semelhante ao do calendário escolar passou a ser igual ao do resto dos trabalhadores, e mais, com a imposição extra de as férias serem gozadas no período de "férias judiciais", mesmo que tal não seja do interesse do magistrado.

O subsistema de saúde, ao que parece um dos poucos que era sustentável (e sustentado pela classe), foi encerrado, e substituído pela muito menos vantajosa ADSE. Os únicos beneficiários do antigo subsistema do Ministério da Justiça, ao que parece, são os Senhores Deputados da Assembleia da República.

Quanto aos restantes privilégios... Serão assim tão escandalosos, que mereçam reprovação nos termos que o Editorial usa?

Sem uma concretização, torna-se difícil saber do que fala exactamente...

Neste panorama, concluo que os sindicatos têm tido um papel bastante didáctico perante a opinião pública, e não têm constituído um bloqueio ao normal funcionamento da Justiça. Aliás têm, inclusivamente, concretizado concessões difíceis de conciliar com a dos interesses dos seus associados. Não sendo eu um sindicalista, acho que a chamada de atenção para os sindicatos nestas premissas, mais não é que arranjar bodes expiatórios para os problemas, ao invés de os resolver.

Texto actualizado a 3 Novembro: Retiradas referências a Henrique Monteiro, director do "Expresso", pois o Editorial referido não vem assinado. Ao visado, as minhas desculpas.

outubro 27, 2009

Muse - Feeling Good :-)

Birds flying high
You know how I feel
Sun in the sky
You know how I feel
Breeze driftin' on by
You know how I feel
It's a new dawn
It's a new day
It's a new life
For me..
And I'm feeling good

Fish in the sea
You know how I feel
River running free
You know how I feel
Blossom in the trees
You know how I feel
It's a new dawn
It's a new day
It's a new life
For me...
And I'm feeling good

Dragonfly out in the sun
You know what I mean, don't you know
Butterflies all out having fun
You know what I mean
Sleep in peace
When, the this day is done
And this old world
Is a new world
And a bold world
For me...

Stars when you shine
You know how I feel
Scent of the pine
You know how I feel
yeah, freedom is my lie
When you know how I feel
It's a new dawn
It's a new day
It's a new life
For me...

yeah, ooh
Oh, ooh...

Oooh, ooh..free, free loving you...
Oooh, oooh
Feeling good

outubro 14, 2009

O Quarto Poder

Spot promocional da SIC notícia, aparentemente já de 2008, mas que desconhecia.

Muito interessante o texto, embora um pouco lírico. Para um spot de promoção à actividade jornalística, tenho algumas dúvidas que consiga o objectivo de enaltecer a mesma.

Ainda esta segunda feira, vi debatido o quarto poder no seu expoente máximo no programa da RTP1 "Prós e Contras", nomeadamente no caso das (alegadas) escutas ao Presidente da República.

Aparentemente, a história das escutas foi apresentado por um acessor do Presidente, num cafezinho discreto e obscuro de Lisboa, com o objectivo de "fabricar" uma notícia. Um caso clássico de promíscuidade entre poderes.

17 meses depois, o Público publica a história. O timing provavelmente não seria o desejado, mas aparentemente haveria matéria de facto suficiente para justificar a publicação da história. Perante o silêncio da Presidência , o PM classifica o caso um "disparate de verão", e a história morre.

Poucos dias antes das eleições legislativas, o DN recupera a história, para revelar as fontes dos colegas do Público. Um caso típico de falta de ética e deontologia - e, eventualmente, um crime.

A divulgação do famoso email alterou definitivamente o curso das eleições - o PSD, que vinha a recuperar nas sondagens paulatinamente, viu-se irremediavelmente envolvido na história, caiu a pique nas intenções de voto e foi incapaz de recuperar a tempo. Um exemplo poder do "quarto poder" no mundo actual.

Devíamos todos reflectir sobre as consequências deste caso, e agir de forma a que o "quarto poder" seja de facto dignificado.

Se a conclusão é a de que o poder da imprensa é grande, como o é dos políticos, dos tribunais, etc, então devíamos exigir regulação sobre esse poder da mesma forma, e regras deontológicas compulsórias, não é?

Deixo a reflexão...

setembro 04, 2009

Cancelamento do Jornal de 6a da TVI

Resposta ao post de Paulo Querido, "Ao fim do dia de ontem, balanço objectivo da suspensão do Jornal Nacional".

Vou tentar responder à questão que nos põe, tão objectivamente quanto tenta ser no seu artigo.

Parece-me evidente que um gestor que chega a uma empresa deve escolher a sua equipa. Mas, escolhe a sua equipa no momento em que entra em gestão, aceitando as consequências das suas decisões. Não ignoro a tempestade que a saída de Manuela Moura Guedes ao mesmo tempo de José Eduardo Moniz iria provocar, mas seria a única forma de a administração lidar com a situação de forma mais ou menos "limpa".

Quem tomou a decisão de cancelar o jornal de 6a (não é ainda claro, para mim, de onde é que partiu a decisão) nesta altura, não pode ignorar a suspeição que a decisão iria gerar, por muito legítima que ela possa ser (e não me parece que seja). Afinal, quer estejamos a falar de alguém do meio político ou empresarial, Português ou Espanhol, estaremos sempre a falar de gente de topo, inteligente, batida...

MMG não se casou com JEM a semana passada. Portanto, o que é que se alterou desde o momento em que o último saiu da TVI e ontem? O regresso do Jornal e uma peça do Freeport, eventualmente com dados novos, que de estar pronta ainda estamos para perceber se será exibida, ou não...

Olhando por outro prisma, se os motivos para o cancelamento do jornal são económicos, como a empresa tenta passar, onde é que está a gestão de ter uma equipa de pessoal a preparar um Jornal, com spots publicitários e tudo, para o cancelar de véspera? Não sou jornalista e da matéria conheço muito pouco, mas não posso acreditar que a estrutura de um Jornal seja barata de montar, para se poder abandonar o investimento com esta leveza... Para além do que se perde em valor, pois - goste-se ou não - o Jornal da 6a era dos maiores activos da estação de Queluz em termos de audiências!

Assim, face ao exposto, a decisão não pode ser considerada um inocente caso de gestão. Algo de muito errado se passou...

A verdade deste caso, infelizmente, talvez nunca venhamos a conhecê-la, ou, se eventualmente ela vier ao de cima, será já demasiado tarde para evitar as suas consequências...

Discorda do que acabei de expor?

setembro 01, 2009

Elastica - 2:1

Keeping a brave face

In circumstances is impossible

Cannot describe

So many decisions

It's impossible

To know which is

The proper order

The best position to be in

take advantage

or so it seems

the way it goes


Sandman comes (it's tragic)

Two to one (laid down on your side)

In the dark (Too easy)

Dark reflections (you know that you know)

In my head (You're soaking wet)

In my bed (You talk too much)

Again (It's not necessary)


Sandman goes (Before the ice melts)

Two in tow (I just want to say)

Wet and dumb (this packet's yours)

Three's the number (Don't ask for more)

Coming down (Cos somewhere along the line)

Coming round again (I've forgotten already

agosto 30, 2009

Programas Eleitorais

Com a apresentação do programa eleitoral do CDS-PP, Portugal ficou a saber os programas eleitorais para os partidos nas próximas legislativas.

Ou, terá mesmo?

Apesar de todas as polémicas geradas pelos resultados das eleições europeias, talvez não fosse desprovido de algum interesse a realização de uma sondagem, para saber qual é afinal a percentagem da população que se digna ler os textos que são tão laboriosamente preparados pelos nossos partidos políticos.

Mas, na ausência de estudos científicos que demonstrem, com graus de certeza mais ou menos infalíveis, qual o impacto destes documentos para a decisão dos destinos do nosso país, vou ter que me contentar com a minha experiência pessoal.

Não sendo propriamente um ancião da sociedade, levo no entanto já algumas eleições no currículo. Como bom cidadão que sou (ou, tento na medida da minha consciência ser), participei em todos os plebiscitos a que fui convocado - com a excepção do segundo referendo para o Aborto e das ultimas Europeias, visto que em ambas as ocasiões impedido de comparecer por motivos profissionais que me obrigam a ausentar periodicamente do país.

De todas as vezes que me desloquei a uma assembleia de voto, fui plenamente convicto no meu sentido de voto. Conheço a sensação de acompanhar com o meu papelinho a maioria dos papelinhos entregues, e também conheço a sensação de sentir que a maioria optou democraticamente uma escolha diferente da minha.

Sempre me senti minimamente informado quando fui votar. E, no entanto, nunca li os programas eleitorais!

Desta vez, e visto o número de intervenções que têm vindo à praça pública mencionando as falhas deste, as promessas irreais daquele, as supostas semelhanças escritas neste e naqueloutro, decidi ir conhecer os bichos e decidir por mim próprio. E eis o que encontrei:

Programa Eleitoral do PS (120 páginas)

Programa Eleitoral do PSD (40 páginas)

Programa Eleitoral do PCP (52 páginas)

Programa Eleitoral do BE (110 páginas)

Programa Eleitoral do CDS-PP (261 páginas)

Programa Eleitoral do MEP (68 páginas)


Ora bem... Isto daria 120+40+52+110+261+61= 651 páginas para ler. Bem sei que são menos, que há fotos e capas e contracapas e itálicos e bolds e fotos e as letras são grandes blá blá blá blá... Mas são 651 páginas aquelas que me esperam, cidadão consciente e literado, se quiser saber a fundo onde por a cruzinha daqui a 27 dias (mais um para reflexão). Isto, claro, se quiser apenas estar dentro dos conteúdos dos 5 partidos do costume, mais o mais votado dos partidos pequenos. Nem quero imaginar, se tiver que ler os programas eleitorais dos restantes partidos que irão concorrer às eleições...

Claro que isto dá "apenas" 24,1111111... páginas para ler por dia, algures no meio dos afazeres da família...

Mas, como sou um cidadão responsável e cioso do meu voto, não vou dispensar um período mais alargado de análise e comparação dos programas nos pontos mais sensíveis. Digamos, uma semanita só para comparações e análises do que nos prometem para os próximos 4 anos. Portanto, temos 20 dias para ler os programas, o que dá uma média de 32,5 páginas para ler por dia.

Nada mau!

Até pode ser remotamente realizável, para o comum dos mortais, o exercício de cidadania que nos é proposto, mas parece-me evidente que no fim de ler tanta coisa, o que restará será o irritante zumbido de uma valente dor de cabeça!

A este propósito, parece-me muito razoável a escolha que alguns partidos tomaram de elaborar programas curtos, notavelmente o programa do PSD, que foi tão criticado pelo seu carácter... Minimalista.

O que acaba por acontecer, é que quem lê os programas eleitorais são as estruturas e militantes dos próprios partidos, por forma a que possam afinar o discurso com os grandes chavões superiormente aprovados. No entanto, como estas pessoas (e, enfim, os simpatizantes não militantes) já votariam à partida no partido cujo programa se dignam a ler, é duvidável que algum esclarecimento público de monta venha a resultar da sua publicação.

É como perguntar aos adeptos de uma claque de futebol se acham que a sua equipe vai ganhar...

O comum do cidadão (neste caso, eu!), esse... Está irremediavelmente entregue à bicharada (leia-se, propaganda)!

Salve este País a memória, curta mas não inexistente, do que andaram a fazer aqueles senhores todos nos últimos 4 (ou 8, ou 80) anos... E cada qual decida por si!

Ps: O CDS-PP lançou um repto aos partidos para que abdicassem dos outdoors de publicidade nas campanhas eleitorais, aparentemente um dos items em que os partidos mais investem. Apoiado, por todas as razões apontadas e não só a questão do dinheiro! Para poluição, já basta (quase) tudo o resto...

Ps2: É uma verdadeira obscenidade, num país que atravessa as dificuldades que atravessa, o volume de dinheiro que se planeia investir nas campanhas eleitorais. Um recado para todos, mas principalmente à esquerda, que unanimemente planeia aumentar as verbas destinadas ao sufrágio... Ou, será uma forma de reactivar a economia?

agosto 29, 2009

Waterbaby- Sneaker Pimps

Youre heart is served cold
Youre sights are set in perfect stone,
And when you go you go alone,
And when you stand youre on your own,

I wash the streets from your skin when you come home x2

Were nothing like friends,
You have no time to lend,
And if youre guilt then Im the shame,
And if Im hurt then youre the blame

You wash my trace from your skin and you leave again x2

Random laid plans, 40 days of one night stands,
And when you go you go alone
You walk the cross you made your own

I wash the streets from your skin when you come home x2

agosto 23, 2009

A comunicação no séc. XXI

Parabéns à jornalista Isabel Coutinho, que respondeu afirmativamente ao desafio de passar uma semana sem acesso às novas tecnologias da informação - Telemóvel, Internet, ebooks, etc. Acessível, apenas o que estava à mão de semear na década de 80. A história é contada no Público de hoje (aqui), e merece ser lida.

Para um jornalista, estar impedido de aceder aos últimos desenvolvimentos do mundo em tempo (quase) real, é extremamente limitativo. Assim, a história reveste-se de um dramatismo que não acredito que seja exactamente o de um cidadão comum.

Vou contar-vos a minha experiência. Também não sendo exactamente um caso típico, penso que minha experiência toca a da jornalista Isabel Coutinho nalguns pontos.

Trabalho num navio, e por motivos profissionais faço uma rotação de 5 semanas a bordo, após o qual volto a Portugal e tenho direito a 5 semanas de descanso.

A minha primeira experiência no mar, foi poucas semanas após acabar a licenciatura, em 2004. Fresquinho a sair da faculdade fui convidado por um professor a acompanhar uma campanha, algures para as bandas do Banco de Gorringe.

- A campanha, será a bordo do D. Carlos, e terá a duração de 15 dias.
- Vamos a isso!
- Será que não enjoas? Não te quero para lá a morrer todo verde, aquilo é para aproveitar!
- Hmm... Não sou muito de enjoar, nem mesmo quando fui às Berlengas...
- Ok, ficamos a contar contigo então. Aquilo vai ser com colegas franceses e italianos, portanto deve ser uma boa experiência para ti também.
- Está combinadíssimo!

E combinado ficou. A dura realidade, essa, veio pouco depois. No mar, não haveria telemóvel, nem internet, nem tão pouco telefone sequer!

Foi o pânico!

Impossível dar o dito por não dito. Lá fui.

A ausência total das comunicações foi corrigida em parte pelo voluntarismo da guarnição, que lá arranjou forma de estabelecer uma ligação de email por satélite - uma conta de correio para toda a gente, apenas texto, nunca imagens nem anexos nem nada que o pareça! Para enviar, escrever tudo e guardar a mensagem. Para receber, o remetente deveria escrever no assunto da mensagem o nome do destinatário. Duas vezes ao dia, o oficial de comunicações faria a ligação ao servidor, e enviaria e receberia as mensagens de toda a gente. Por outro lado, vim a saber que havia um número de telefone que se podia usar para contactar os navios. A chamada ia para um centro de comunicações da Marinha, e depois era transmitida via rádio para o navio - a comunicação, feita em canal aberto, estava acessível a qualquer pessoa com um rádio amador e instintos voieuristas, mas quando as saudades apertam esse é o menor dos problemas!

Claro que na esmagadora maioria do tempo havia o gigante vazio comunicacional. Nem notícias da família, nem do mundo. Como com o email, havia um resumo diário(Seria bidiário? Semanal?) das notícias mais importantes, que vinha pelo sistema de comunicações do navio, mas como tudo o que implicava contacto com o exterior, era muito curto, muito rápido, muito insipiente, muito rombo, indefinido... Nada satisfatório!

A ausência absoluta de contactos com o exterior foi extremamente penosa para todos os que, no mar e em terra, eram novatos naquelas lides. Habituado que estava ao contacto diário com família, namorada, amigos, cada segundo que passava era como uma falta de ar de saudade pura, um contar eterno de dias horas minutos segundos até ao próximo email.

Nunca hei-de esquecer o que senti quando recebi uma chamada. Já não sei que fazia, quando me vieram chamar à sala de comunicações, e me explicaram como operar o rádio: tal qual um walkie-talkie, ou os rádios da polícia e do táxi, tinha que se carregar num botão para falar. O som, ouvia-se em toda a sala. Quando estava pronto, o operador dava autorização para se estabelecer a ligação, e podia-se falar. 3 Euros por minuto. Os 5 minutos que a chamada duraram foram de uma alegria indescritível, um aliviar de um sentimento de privação que não cabe em palavras.

Hoje, alguns anos passados sobre essa experiência, continuo a fazer do mar a minha vida. Felizmente, as condições do sítio onde agora trabalho são bastante melhores, há internet, e lá vou tendo a liberdade de usar o telefone ocasionalmente. Leio o jornal todos os dias, e falo com família e amigos pela internet.

Quando, ocasionalmente, o serviço de comunicações falha, já não me custa tanto como daquela primeira vez... Acho que lá me fui habituando... A maior preocupação, é sempre a de avisar as pessoas que há problemas com a ligação, mas que de resto está tudo bem - afinal de contas a possibilidade de naufrágio é sempre uma possibilidade mais sentida que real.

No essencial, a internet, continua a ser principalmente um cordão umbilical para o mundo e para as pessoas que continuam em meu redor. Claro que lá vou postando aqui de vez em quando, mas muitos são os dias que passam - a maior parte, quando estou de férias - sem que aqui escreva.

Continuo com a noção muito clara que viveria na mesma sem internet... Mas, como diz no anúncio, não seria a mesma coisa!

agosto 22, 2009

THE THE - DUSK - BLUER THAN MIDNIGHT

Esta vem do fundinho...


Save me, save me, save me
Save me, save me, save me.

The candles are lit. the curtains are drawn.
Theres still no sign of rain nor dawn.
Our lips touch. our limbs entwine.
But the ghosts that haunt me wont leave my mind.

Save me, save me, save me
Save me, save me, from myself.

One sin leads to another one.
Oh, the harder I try
I can never, never, never find peace in this life.
I ask myself where does lust come from
Is it something to yield to or be overcome.
I ask myself
Why love can never touch my heart like fear does.
Why cant love ever touch my heart like fear does?

agosto 21, 2009

Lamb - Till The Clouds Clear @ Lowlands

What's left to say with all that's come and gone
Words get in the way and anyway the devils got your tongue
And a storm brews inside and there's nowhere to hide
It's gonna blow your cover sky high
If you let this thing go, it's gonna burn, it's gonna burn
You're gonna take the whole world with you when you go

Oh oh oh what you gonna do ?
When the storm takes over
Oh oh oh what you gonna do ?
When the storm takes over

So here you are, demons screaming in your head
You try to shut them out but they just get louder instead
And nothing you do can seem to break through
This darkness smothering you
When it takes hold, your heart turns cold
The very soul seeps out of you

Oh oh oh what you gonna do ?
When the storm, the storm takes over
Can you hold this thing
Can you hold this thing
Oh oh oh

'Til the clouds clear

agosto 18, 2009

País de tanga? Ou sem ela?

Noticia o Expresso que as vendas de roupa em Portugal caíram substancialmente.

Estará o país finalmente de tanga?

Pelo sim pelo não, os senhores do semanário tomaram em mãos o assunto, e desponibilizaram também informação sobre o III Encontro Ibérico de Naturismo, que decorre no Monte Naturista "O Barão", em pleno Alentejo.

A ver, sem dúvida...

agosto 17, 2009

Meia noite e meia na estação de comboios da Campanhã.

Por entre as sombras da noite, pode-se observar a subtil dança protagonizada pelo pobre indigente que procura um recanto abrigado para pernoitar e os seguranças que - fechando os olhos à injusta situação - não podem no entanto deixar de acompanhar o senhor e certificar-se que a liteira do desgraçado não incomoda os demais utentes daquele espaço.

Esses, por outro lado, aguardam, aparentemente imunes à injustiça social e humana que é a de, numa sociedade de luxo e desperdício, a de não haver quem tenha sítio para dormir. São, tão só e apenas, sombras refasteladas na penumbra da noite húmida e fria portuense, atenuada pelos frouxos candeeiros da estação, e uma ou outra ocasional cintilante ponta incandescente de cigarro.

Os serviços básicos da estação, estão há muito fechados. O bar, a papelaria, a bilheteira... O WC, esse ainda está disponível - em troca de 0.50€, se a vontade for maior que o básico refresco das têmporas ou usufruto do urinol -, mas por pouco tempo. Já o faxineiro, um senhor com aparência de muitos anos de casa, passa o esfregão pelo chão, impaciente para ir para casa para o merecido descanso... Ou, passará talvez, ainda, por uma qualquer tasca ainda aberta para cumprimentar os comensais de tantas noites de volta do bagaço?

Em volta da lúgubre cena cai o silêncio pesado da noite, imposto pela lei inexorável da periferia abandonada a vidas marginais e marginalizadas de pobreza, prostituição e droga, encapotadas em prédios e armazéns cinzentos de velho ou em ruínas - ilhas separadas por auto-estradas e viadutos que estão longe do olhar e ninguém quer verdadeiramente visitar.

Há um claro desconforto nos olhares dos utentes que esperam à meia noite na estação de comboios da Campanhã. E esse desconforto, não pode ser explicado pela noite de Verão que se revela fresca e húmida (como é aliás de boa tradição naquelas terras), nem tampouco com facto de à noite todos os gatos serem pardos, e a nossa confiança no cidadão sentado ao lado no banco diminuir instintivamente.

A explicação para o desconforto pode ser encontrada fácilmente, atentando um pouco no placard electrónico de informação. O Intercidades ainda não chegou.

As pessoas, essas, esperam.

O silêncio espesso da noite, é quebrado pela voz aveludada-estridente feminina do altifalante. "Senhores passageiros: Lamentamos informar que o comboio Intercidades procedente de Lisboa Santa Apolónia circula com doze minutos de atraso, prevendo-se a sua chegada à gare às zero horas e quarenta e cinco minutos minutos. Pedimos a sua compreensão pelos incómodos causados."

Aos utentes, resta esperar. Esperar, e compreender bem demais os "incómodos causados" pelos sistemáticos atrasos.

Passados vinte minutos do anúncio, uma moça nos seus vinte anos pega no telemóvel: "Amor, onde estás? Se o combóio não chegar já, tenho que ir, senão não apanho o último autocarro, e de taxi fica demasiado caro... (...) Pois, tá bem, mas como é que fazemos? (...)" Dá duas voltas ao banco, e volta a sentar-se. Vai esperar, tal como todos os outros utentes. O problema do autocarro há-de se resolver.

A mensagem, essa, repete-se periodicamente. Promete sempre o famigerado comboio para daqui a 5 minutos. Para daqui a 2 minutos. O comboio, esse, não chega.

"Compreensão pelos incómodos causados." Bem melhor seria que pedissem compreensão pela ausência de melhoramentos no serviço desde há anos, motivados pela espera incessante de um TGV que venha resolver todos os males - ou, pelo menos atirá-los para debaixo do tapete. Em alternativa, que tal começarem a pedir desculpa pelo péssimo serviço prestado, em vez de "Compreensão pelos incómodos causados"?

O comboio, esse, lá chegou, e as multidões, residentes e recém chegadas, unidas numa só mole humana, dispersaram rapidamente no meio da noite, deixando os sem abrigo e guardas nocturnos mais descansados na sua dança diária, numa estação de comboios vazia.

40 minutos depois.

Sanremo 64 - Bobby solo-Una Lacrima Sul Viso

Da una lacrima sul viso
Ho capito molte cose
Dopo tanti e tanti mesi ora so
Cosa sono per te.

Uno sguardo ed un sorriso
M'han svelato il tuo segreto
Che sei stata innamorata di me
Ed ancora lo sei,

Non ho mai capito,
Non sapevo che
Che tu, che tu, tu mi amavi ma
Come me non trovavi mai
Il coraggio di dirlo ma poi,

Quella lacrima sul viso
E` un miracolo d'amore
Che si avvera in questo istante per me
Che non amo che te,

Non ho mai capito, non sapevo che
Che tu, che tu, tu mi amavi ma
Come me non trovavi mai
Il coraggio di dirlo ma poi,

Quella lacrima sul viso
E` un miracolo d'amore
Che si avvera in questo istante per me
Che non amo che te..

che te. che te
te te te..

agosto 15, 2009

Conselhos de viagem

Pode já vir tarde para muitos dos estimados leitores, mas esta infografia é optima para quem planeia viajar sem deixar os 6 meses de ordenado nas férias...

Parabéns ao Expresso por uma compilação muito interessante.

Deolinda - Lisboa Não É A Cidade Perfeita (S. Jorge)

Esta musica tem um je ne sais quoi... ;-)

The National - Secret Meeting

I think this place is full of spies
I think they're onto me
Didn't anybody, didn't anybody tell you
Didn't anybody tell you how to gracefully disappear in a room
I know you put in the hours to keep me in sunglasses, I know

And so and now I'm sorry I missed you
I had a secret meeting in the basement of my brain
It went the dull and wicked ordinary way
It went the dull and wicked ordinary way
And now I'm sorry I missed you
I had a secret meeting in the basement of my brain

I think this place is full of spies
I think I'm ruined
Didn't anybody, didn't anybody tell you
Didn't anybody tell you, this river's full of lost sharks
I know you put in the hours to keep me in sunglasses, I know

And so and now I'm sorry I missed you
I had a secret meeting in the basement of my brain
It went the dull and wicked ordinary way
It went the dull and wicked ordinary way

And now I'm sorry I missed you
I had a secret meeting in the basement of my brain
And now I'm sorry I missed you
I had a secret meeting in the basement of my brain
It went the dull and wicked ordinary way

julho 14, 2009

Ovo de Colombo (II)

A continuação da história:

Finalmente Colombo se pôs em pé, com ar solene, se aproximou, pegou o ovo e o bateu levemente contra a superfície da mesa até que quebrou um pouco da casca de uma das pontas e graças a este pequeno achatamento o ovo se manteve perfeitamente na posição vertical.

Claro que desta maneira qualquer um pode fazê-lo! - objectou um pouco alterado, o cortesão.

-Sim qualquer um. Mas "qualquer um" ao que se lhe tivesse ocorrido fazê-lo.

E acrescentou:
- Uma vez eu mostrei o caminho ao Novo Mundo, "qualquer um" poderá segui-lo. Mas "alguém" teve antes que ter a idéia. E "alguém" teve depois, que decidir-se a colocá-la em prática.


Interessante, e com algum valor moral, não vos parece? Não desistam nunca dos vossos sonhos, e acreditem sempre nas vossas ideias!

Ovo de Colombo (I)

Conta-se que em uma ocasião, Cristóvão Colombo foi convidado para um banquete onde lhe haviam designado, como é natural, um posto de honra.

Um dos convidados era um cortesão que estava muito enciumado com o grande descobridor. E quando teve a oportunidade dirigiu-se a ele e lhe perguntou de uma forma um tanto impertinente:

Se você não tivesse descoberto a América, por acaso não existem outros homens na Espanha que poderiam fazê-lo?

Colombo preferiu não responder diretamente àquele homem. Lhe propôs uma prova antológica:

"Levantou-se, pegou um ovo de galinha fresco e convidou a todos os presentes que tentassem colocá-lo de forma que se mantivesse em pé sobre um dos seus extremos".

A ocorrência teve bastante aceitação. Quase todos os presentes entraram logo naquele jogo e tentaram um após o outro, uns com mais, outros com menos convicção, ante o olhar atento dos demais. Mas passava o tempo e ninguém conseguia descobrir a maneira de conseguir que aquele ovo danado mantivesse o equilíbrio.


(Continua...)

Será que o caro leitor consegue?

A prova de que é possível:


julho 09, 2009

Agradecimento Público

Obrigado Miguel Esteves Cardoso pelas simpáticas palavras, e logo no Público de hoje. Fico comovido por te teres lembrado de mim, mesmo não tendo sido formalmente apresentados! Poucas pessoas que hoje lerão a tua crónica, poderão perceber o profundo alcance das tuas palavras, mas eu, sei, que elas são só para mim!

Um abraço amigo,

Geophys

Cresce e aparece
Miguel Esteves Cardoso

À medida que envelhecemos, vamos sendo obrigados a lidar com as condescendências dos mais jovens. E vai-se criando a urgência de arranjar novas formas de insultá-los.
Estas condescendências, sempre bem-intencionadas, podem ser verbais (cotas) ou comportamentais ("O senhor quer que eu o ajude a atravessar a rua?"). A única coisa que as une é pedirem vingança. Violenta.
A que mais me provoca, emocionalmente, é a afirmação de juventude relativa: "O Senhor Miguel deve conhecer isto muito melhor do que eu, que só tenho 37 anos..."
Dá-me sempre a noção que - já não sendo nenhumas galinhas primaveris, como dizem os ingleses (no spring chickens) - querem agora ser novos à nossa custa.
Tanto faria eu ter 90 anos: haveria sempre um jovem de 78 a tremelicar-me que, apesar de já ter ganho um Nobel da Medicina, não tinha a certeza se seria boa ideia tomar uma Aspirina para a dor de cabeça: "Porque o Doutor Miguel, que já tem muitos mais anos disto, é que sabe, porque dores de cabeça não deve ser coisa que lhe tenham faltado, então com os copos, ha ha ha..." (breve intervalo para estrangulamento).
Então insultemo-los assim: são embriões. São fétinhos, com acento e tudo. São óvulos e espermatozóides. São bebés; precisam de uma mudança de fralda; estão com sono; são iguais à mãezinha. São néscios e nexinhos; nascituros e turrinhos.
A fórmula do "cresce e aparece" tem de ser actualizada. Ninguém nos pode chamar velhos e sobreviver.
in "O Público", 9 Julho de 2009